“Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Ex 20.16).
Introdução
Jesus
disse que “a
boca fala do que está cheio o coração” (Mt
12.34).
I – O que
proíbe o nono mandamento.
O nono mandamento é a clara proibição acerca da mentira, de modo
mais específico acerca da mentira que prejudica o outro. A Palavra não ameniza ao falar da
malignidade da mentira, diz que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Em
contrapartida a isso, Jesus declara ser a verdade encarnada (Jo 1.14).
Há muitos textos bíblicos sobre o falso testemunho. Vejamos
apenas alguns:
Êxodo
23.1 adverte para que se não se fale de modo maldoso acerca de alguém.
O falso
testemunho de alguém é algo destrutivo. Depois da honra da pessoa está corrompida é muito difícil
recuperar a imagem anterior ao falso testemunho levantado. Por conta da
gravidade desse pecado e do quanto pode prejudicar as pessoas a Palavra adverte
que “a falsa
testemunha não ficará impune, e o que profere mentiras não escapará” (Pv 19.5).
Jesus chega a dizer que falar mal de alguém ou
insultar é uma forma de assassinato (Mt 5.22).
Jeremias declara a ruína espiritual do povo em sua época, dentre outros fatores estava presente a falsidade, pessoas que falavam de paz, mas em seus corações maquinavam o mal:
“"A língua
deles é como um arco pronto para atirar. É a falsidade, não a verdade, que
prevalece nesta terra. Eles vão de um crime a outro; eles não me
reconhecem", declara o Senhor.
"Cuidado com os seus amigos, não confie em
seus parentes. Porque cada parente é um enganador, e cada amigo um caluniador.
Amigo engana amigo, ninguém fala a verdade. Eles
treinaram a língua para mentir; e, sendo perversos, eles se cansam demais para
se converterem.
De opressão em opressão, de engano em engano,
eles se recusam a reconhecer-me", declara o Senhor. [...]A língua deles é uma flecha mortal; eles falam
traiçoeiramente. Cada um mostra-se cordial com o seu próximo, mas no íntimo lhe
prepara uma armadilha. (Jr 9.3-6, 8).
Poucos tipos de testemunhos
falsos são tão prejudiciais quanto o testemunho enganoso acerca de Deus, assim é terrível a ação daqueles que são
falsos profetas: "Então o Senhor me disse: "É mentira o que os profetas estão profetizando em meu
nome. Eu não os enviei nem lhes dei ordem nenhuma, nem falei com eles. Eles
estão profetizando para vocês falsas visões, adivinhações inúteis e ilusões de
suas próprias mentes" (Jr 14.14).
Em 1 João 5.10 vemos que aquele que não crer no testemunho que
Deus dá acerca de Cristo sua incredulidade é como uma afirmação de que Deus é
mentiroso: “Quem crê no Filho
de Deus tem em si mesmo esse testemunho. Quem não crê em Deus o faz mentiroso,
porque não crê no testemunho que Deus dá acerca de seu Filho” (1 Jo 5.10).
Em contrapartida quem diz que conhece a Cristo, mas não guarda
seus mandamentos é mentiroso: "Aquele
que diz: 'Eu o conheço', mas não obedece aos seus mandamentos, é
mentiroso, e a verdade não está nele" (1
Jo 2.4).
Assim, em face à gravidade desse pecado a Bíblia enfatiza que
faz parte de uma lista de pecados comuns aos não regenerados e não eleitos pelo
Senhor, tendo então a devido condenação dos seus atos: “Quanto, porém, aos
covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos
feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte
que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda
morte” (Ap. 21.8).
II – A
expressão bíblica positiva do nono mandamento.
A Palavra de Deus constantemente nos convida a vivermos uma vida
na verdade, de forma íntegra, sendo fiéis ao Senhor. Podemos encontrar na
Bíblia algumas indicações de como vivermos o nono mandamento de modo prático em
nosso cotidiano:
a) defender a honra do próximo. Em Atos 2.13 vemos o apóstolo Pedro
defendendo os irmãos que foram acusados pelos visitantes judeus que tinham ido
à Festa do Pentecostes de estarem bêbados. Pedro prontamente os defende
afirmando que o que viam era obra do Espírito Santo.
Que
possamos sentir uma santa indignação diante de um falso testemunho levantado
contra alguém!
b) ter cautela com as palavras. “O seu falar seja sempre
agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um”
(Cl 4.6). Nossas palavras devem ser agradáveis,
temperadas. Faz bem falar bem das pessoas, e também faz bem elogiar as pessoas.
O texto não incentiva à bajulação, mas a sermos pessoas simpáticas, agradáveis.
c) saber ouvir, não se irar facilmente e
não ter pressa para falar. “Meus
amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios
para falar e tardios para irar-se” (Tg 1.19). Este é um conselho que se bem observado
evitaria muitos momentos desagradáveis.
Conclusão
“Não saia
da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef.
4:29).
“O que
guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se
arruína” (Pv. 13:3).
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