Introdução
Já
tivemos a oportunidade de refletirmos nos três primeiros capítulos desse livro.
Vimos no capítulo 1 AS ATITUDES DE JONAS
DIANTE DA VONTADE DE DEUS: DESOBEDIÊNCIA, INDIFERENÇA, assumir as conseqüências
da desobediência e obediência. Vimos no capítulo 2 UMA ORAÇÃO DE GRATIDÃO: A petição
por libertação, a revisão da crise, a revisão da libertação e o louvor pela
libertação. E no capítulo 3 vimos: APROVEITANDO A CHANCE QUE DEUS CONCEDE: NOVA
CHANCE PARA JONAS, JONAS APROVEITOU SUA NOVA CHANCE e UMA CHANCE PARA NÍNIVE.
Vejamos agora que Deus dar uma bela lição de Sua misericórdia a Jonas.
I - A irritação de Jonas e a resposta de
YAVÉ vv. 1 - 4.
V. 1 É revelado de forma muito clara que ele queria a
destruição daquela cidade. “Desgostou-se...
extremamente, e ficou irado” (ARA); “FICOU PROFUNDAMENTE
DESCONTENTE COM ISSO E ENFURECEU-SE” (NVI). Literalmente no hebraico: “Isso foi
mal aos olhos de Jonas”. Vemos como Jonas fica insatisfeito com o resultado de
sua pregação.
V. 2 Neste versículo vemos elementos narrativos
interessantes. Jonas revela quais foram suas palavras a Deus quando o SENHOR o
chama, conforme relatado no capítulo primeiro. Abre sobre o principal motivo de
não querer pregar em Nínive, o fato de
Deus ser misericordioso. Ao fazer isso acentua as perfeições divinas de misericórdia,
longanimidade e paciência. Sendo que o sentimento de Jonas não é de exaltação
ao SENHOR, faz isso mais como uma repreensão. Vemos como ele era arrogante,
imperfeito, humano.
V. 3 Jonas fica tão abatido que deseja a
morte. Deus não satisfazer suas expectativas tornou-se um
problemas existencial para ele. É curioso que ele utiliza expressões similares
de outro profeta que também desejou que Deus tirasse sua vida, Elias (1 Rs 19.4).
Elias desejou morrer porque pensou que todos os profetas do SENHOR tinham
perecido na perseguição feita por Jesabel, porque a nação não estava dando
atenção à sua pregação, porque havia idolatria, ele estava cansado, depressivo.
Jonas em contrapartida deseja morrer após sua pregação ser instrumento de Deus
pra salvação de mais de 120 mil pessoas. Certamente
acentua seu sentimento de frustração dois fatos: sua profecia de destruição não
se cumprir e seu nacionalismo exagerado.
V. 4 Deus responde
a Jonas. Responde inicialmente com uma pergunta. Eu vejo nessa pergunta feita
pelo SENHOR uma maravilhosa demonstração de amor. Ele dialoga com seu profeta
endurecido, busca levá-lo a refletir sobre seus sentimentos.
Sabemos irmãos que vivemos às vezes
sentimentos e emoções tão conflitantes, tão distantes dos
propósitos divinos; a ira é apenas um exemplo de uma emoção que pode estar mal
administrada em nossas vidas. Entretanto, é maravilhoso saber que o SENHOR ao
vir ao nosso encontra age de modo a alcançarmos um equilíbrio, a refletirmos
acerca da legitimidade do que está em nossos corações.
A
mensagem de Jonas para sua época é muito clara: em
sua experiência com Yavé ele aprendera que Deus é SENHOR de todas as nações, se
aprouver a ele dar salvação àqueles gentios não há o que se contestar diante
d’Ele. Deus age em sua misericórdia de modo livre e soberano. É como também nos
ensina Paulo expressando as palavras de Deus de Ex 33.19: “Terei
misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu
quiser ter compaixão” (Rm 9.15). Jonas aprendera isso de forma amarga. A
ação divina vai em contramão ao egoísmo de Jonas.
Vejam
meus irmãos que Jonas serviu a um deus que ele sabia ser misericordioso,
mas a misericórdia naquela época não fazia parte das virtudes presentes em
Jonas. Eis aqui um grande perigo para nós, de estarmos falando de Cristo, e
correndo o risco que o caráter de Cristo possa não estar sendo visto em nós.
II - Uma lição de YHWH vv. 5 - 11
V. 5 – 7 a partir do v.5 vemos como um flahs bach os
acontecimentos. Jonas se afasta da cidade, constrói um abrigo para si para
proteção contra o sol, mas aí o SENHOR intervém de modo tão belo. Uma planta
nasce e de modo miraculoso cresce rapidamente, lhe dá o conforto de sua sombra,
mas tão rapidamente uma lagarta ataca a planta e ela seca, destruindo a bênção da sua sombra.
V. 8 Deus manda um vento oriental do qual nem o abrigo que
ele construíra poderia protegê-lo, ele clama pela morte mais uma vez. Da primeira
vez foi por conta de questões interiores, agora por conta do desconforto
físico.
O que vemos é um Jonas em emoções intensas, primeiramente
triste, depois alegre pela sombra proporcionada pela planta, em seguida deprimido
por conta de seu desconforto físico, chegando a deseja morrer.
V. 9-11 Mais uma vez vemos a indagação do SENHOR acerca da
ira de Jonas. Em sua teimosia o profeta tenta legitimar seus sentimentos. No
entanto, o Senhor ainda assim busca ensiná-lo explicando o acontecimento de modo
pedagógico. Obviamente toda a ação divina tinha um propósito. Deus estava mostrando
a Jonas o absurdo de sua falta de preocupação com o bem estar humano e como ele
estava tão centrado em seu próprio bem-estar ao ponto de não se importar em
ter compaixão de tantas pessoas que viviam em cegueira espiritual.
É interessante irmãos, que se olharmos tão intensamente
para nós mesmos, nossas necessidades, e olharmos para os outros apenas a partir
nossa forma egoísta de pensar, corremos o risco de deixarmos de ter um olhar
compassivo. Jonas
sabia que Deus é misericordioso, mas precisava entender que ele também deveria
ser desse modo.
Aprendemos nesse texto e em
toda a Palavra que a misericórdia do SENHOR É ALGO ALÉM DE NOSSA PERSPECTIVA. Is.55:8-9:
“ Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”.
Sejam quais forem as práticas pecaminosas mais
terríveis que as pessoas possam cometer: feitiçaria, homicídio, estupro,
latrocínio, prostituição, fofoca, mentiras; poderão ainda assim serem
alcançadas pela misericórdia e graça divina.
Devemos então refletir a
misericórdia divina, afinal fomos alcançados por ela. Mateus 5:7 nos diz: “…Bem-aventurados os misericordiosos, porque
eles alcançarão misericórdia…” . Você tem agido desse modo,
ou tem a semelhança de Jonas sido teimoso (a) em seus sentimentos contrários ao
que é esperado de um servo do SENHOR.
Aplicação
1. Será que às vezes você também não está
querendo que Deus seja como você? Quantas vezes não podemos estar esperando
para outros o juízo divino quando na verdade nos planos perfeitos do SENHOR
está prescrito a bênção, o perdão, a restauração? Vigie o seu coração, você
proclama um Deus gracioso, que haja graça também em seu coração para outros!
2. Nunca se regozige com a calamidade do
próximo, mesmo se essa pessoa tenha sido alguém que lhe desejou o mal ou tenha
agido perversamente contra você.
Conclusão
Quando Jesus fala sobre
Jonas em Mt 12 em resposta ao pedido dos fariseus por sinal milagroso, dentro
da resposta de Jesus ele diz que não seria dado nenhum sinal senão o do profeta
Jonas e acentua que ele afirmou: “[...] e agora está aqui o que é maior do que
Jonas” (v. 41). Jonas desejou a destruição dos ninivitas, Jesus na cruz disse
acerca de seus inimigos: “Pai, perdoa-lhes, pois
eles não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Jesus é a máxima
expressão da misericórdia e graça divina.
1 Comentários
Amém. Louvado seja Deus misericordioso!!!!
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