SANTIFICAÇÃO

 Introdução

           A santificação é um dos temas mais necessários que tenhamos um conhecimento aprofundado e prático a respeito. Esta doutrina faz parte da doutrina da salvação, que se divide em: regeneração, justificação, santificação e glorificação. Comecemos então pela definição de santificação. O teólogo Louis Berkhof em sua grande obra “Teologia Sistemática” define santificação do seguinte forma:

Pode-se definir santificação como a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pelo qual ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus e o capacita a praticar boas obras. (Berkhof, 1996).

                A declaração de fé da Convenção Batista Brasileira traz a seguinte definição:

A santificação é o processo que, principiando na regeneração, leva o homem à realização dos propósitos de Deus para a sua vida e o habilita a progredir em busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo, mediante a presença e o poder do Espírito Santo que nele habita (Jo 17.17, 1Ts 4.3, 5.23 e 4.7). Ele ocorre na medida da dedicação do crente e se manifesta através de um caráter marcado pela presença e pelo fruto do Espírito, bem como por uma vida de testemunho fiel e serviço consagrado a Deus e ao próximo (Pv 4.18, Rm 12.1-2, Fp 2.12-13, 2Co 7.1 e 3.18, Hb 12.14, Rm 6.19, Gl 5.22 e Fp 1.9-1.

           Na declaração de fé da Igreja Batista dos Guararapes encontramos a definição a seguir:

Cremos que a santificação é o crescimento da semente moral de Deus que fora compartilhada conosco através do novo nascimento, que este desenvolver é processual e pelo qual, de acordo com a vontade de Deus, somos feitos participantes de sua santidade (do seu caráter). É uma obra progressiva que se inicia na regeneração; que é continuada nos corações dos crentes pela presença dos Espírito Santo que se concluirá após a morte. Que a obediência verdadeira à Palavra de Deus é o principal instrumento que produzirá na vida do crente a santificação, e que só após virá o exame próprio, a renúncia, a vigilância e a oração (1 Ts 4.3; 5.23; 2 Co 7.1; 13.9; Ef 1.4; Pv 4.18; Hb 6.1; 2 Pe 1.5-8; 1 Jo 2.29; Rm 8.5; Ef 1.13, 14; 4.11, 12; 1 Pe 2.2; 2 Pe 3.18; Lc 11.35; 9.23; Mt 26.41; Ef. 6.18; 4.3).

Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 4.3; 5.23).
assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele...” (Ef 1.4).
Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2 Pe 3.17, 18).

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).
“... por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1.5-8).

           Percebemos já pelas definições que santificação não é a presença de comportamento esquisito estereotipado, ser santo exclui qualquer atitude de sentir-se superior a outros cristãos, e não é a manifestação de um espírito crítico sobre a vida alheia, não é arrogância espiritual, etc. Para que a questão esteja mais clara a nós é necessário verificarmos os termos bíblicos que se referem à santificação.


1. Termos bíblicos para santificação.

          A palavra do Antigo Testamento para “santificar” é QADOSH. O substantivo correspondente é QODESH (santidade), enquanto que o adjetivo é QADOSH (santo). Muito provavelmente o sentido original deriva da raiz qad, que significa “cortar”. Então no A.T. a ideia original para santificação é separação.

Os usos mais antigos, registrados em papiros, se ligam ao serviço dos operários cortando blocos de pedra nas pedreiras. Por isto muitos definem santidade como sendo “separação”. Mas ninguém corta bloco de pedras apenas para separá-los da pedreira. Eles são cortados para terem uma utilidade. Esta compreensão de apenas separar faria da santidade um conceito negativo, isolacionista. Mas se seguirmos o significado da palavra veremos que santidade não é se isolar de outras pessoas, mas estar em outra esfera de vida. O bloco de pedra não deixa de ser bloco de pedra, mas está em outro lugar. Saiu de onde estava e tem um propósito, agora.
           O próprio Deus declara que ele é santo (Lv 19.2). Isto não significa que ele seja isolado. Ele é diferente, mas não isolado. Ele se envolve com as pessoas. Sua santidade está relacionada com seu caráter e não com seu isolamento ou solidão. Deus não é solitário, tanto que busca a companhia dos homens. Assim como ele é santo, seu povo deve ser santo, mostra-nos o texto, mas o povo não deveria se isolar e sim viver de maneira que se ajustasse ao caráter de Deus. (Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho).

          No Novo Testamento temos o verbo HAGIADZO (santificar), que primeiramente tem o mesmo sentido que QADOSH, dando a ideia de separação. Porém, ele é empregado também em sentidos diferentes como o expresso em Mt 6.9; Lc 11.2; 1 Pe 3.15, que nos traz ideia de “considerar um objeto como santo”, “atribuir santidade a” ou “reconhecer sua santidade por palavra ou ato”. Também é empregado em sentido ritual de “separar o ordinário para propósitos sagrados”, Mt 23.17, 19; Jo 10.36; 2 Tm 2.21. É utilizado também para expressar a operação de Deus em produzir a santidade no homem, Jo 17.17; At 20.32; 26.18; 1 Co 1.2; 1 Ts 5.23. Finalmente adquire também um sentido expiatório, Hb 9.13; 10.10, 29; 13.12.
          Há também adjetivos que expressam a ideia de santidade, como HIEROS, que tem como melhor tradução a palavra “sagrado”, 1 Co 9.13; 2 Tm 3.15. HOSIOS, é a que ocorre com maior frequência, se refere a cumprimento de obrigação moral, At 2.27; 13.34, 35; 1 Tm 2.8, Tt 1.8; Hb 7.26; Ap 15.4; 16.5. Hagnos traz a ideia de liberdade da impureza e corrupção, num sentido ético, 2 Co 2.11; 11.2; Fp 4.8; 1 Tm5. 22; Tg 3.17; 1 Pe 3.2; 1 Jo 3.3. No entanto a palavra mais característica do Novo Testamento é HAGIOS (santo), que tem dois significados. Em alguns textos expressa separação de alguns homens para o serviço de Deus, Lc 1.70; Ef 3.5; 2 Pe 1.21; em outros expressa um sentido ético, ao referir-se a qualidades necessárias para manter comunhão com Deus e servi-lo de modo aceitável, Ef 1.4; 5.27; Cl 1.22; 1 Pe 1.15, 16. Este último sentido é o que primordialmente é usado quando falamos de santificação.
          HAGIASMOS, substantivo, denota purificação ética, e inclui também “a separação do espírito de tudo que é impuro e corrupto, e uma renúncia dos pecados para os quais os desejos da carne e da morte nos levam”. Encontra-se em Rm 6.19, 22; 1 Co 1.30; 1 Ts 4.3, 4, 7; 2 Ts 2.13; 1 Tm 2.15; Hb 12.14; 1 Pe 1.2.
           Os termos no N.T. trazem o sentido de estar acima da esfera do mundo, como fica claro por 1 Jo 2.15 e 16: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo”.
           Desse modo, o filho de Deus não deve estar amando, ou seja, sendo influenciado pelo sistema moral maligno que predomina no mundo. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 Jo 5.19).
           Portanto, tanto os termos do Antigo quanto do Novo testamento apontam para algo acima do homem, superior, incomum, diferente, mas que pode vir até ele.
           Para compreendermos melhor sobre nosso dever de santidade é necessário refletirmos sobre a santidade de Deus.


2. A santidade de Deus.

           A referência à santidade de Deus se faz necessária porque ela é base para a nossa santificação. O Senhor exige santidade do seu povo porque Ele é santo: Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra. Eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44, 45).
           O Senhor é incomparável em Sua santidade: Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Ex 15.11).  A santidade é natural ao seu caráter: Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15). E é reconhecida por quem entra em comunhão com ele: “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Is 6.3-5).
           Por servirmos e nos relacionarmos com aquele que é santo temos a responsabilidade de vivermos em santidade.


3. Como acontece a santificação.

           Todo o processo da santificação é bastante complexo. Gostaria de citar aqui na íntegra uma parte do excelente estudo do Pr. Isaltino Gomes:

             O Novo Testamento descreve a santificação, primeiro, por um ângulo negativo, ou seja, romper com o erro, fugindo do mal: 2Coríntios 6.14 a 7.1 e 1Tessalonicenses 4.3-7. Isto não quer dizer que ser santo seja ser do contra. Muitas pessoas confundem ser santo com ser emburrado ou ser uma pessoa sempre sisuda. Significa que certas atitudes e determinados comportamentos não são compatíveis com o caráter cristão. É que a conversão nos transporta de um nível de vida para outro, mudando nosso interior e, consequentemente, nossas atitudes. Veja-se isto em Efésios 2.1-3. A santificação é o progresso na vida cristã. É seguir na caminhada com Cristo.
                Após o rompimento com o erro e com o pecado, o fiel deve entender e buscar a santificação pelo seu ângulo positivo. Deve ele nutrir a compreensão de que ela é a vontade de Deus para sua vida (1Ts 4.3). Não é uma opção, mas é o propósito divino para cada um de nós. Ser cristão é estar em Cristo e estar em Cristo é ter uma qualidade de vida diferente (2Co 5.17). Depois do aspecto negativo, vem o positivo. Em Efésios 5.1-18 temos uma boa descrição disto que está sendo dito. Ser santo é buscar o caráter de Deus, é procurar ser como ele (v. 1), é não ter mais em sua vida os resquícios do passado (vv. 3-8). O fiel, agora, anda na luz, e deve produzir o fruto da luz: bondade, justiça e verdade (v. 9). Deve encher –se do Espírito e não de vinho (v. 18). Esta palavra de Paulo é bem significativa e deve ser entendida no contexto cultural da época. A embriaguez era uma constante nos tempos antigos (ainda é comum hoje). Estar embriagado significa que a pessoa está controlada pelo álcool. Mas quem deve controlar o fiel que busca santidade é o Espírito Santo e não o álcool. A frase final do versículo 18 é o clímax da argumentação: ser santo é ser controlado pelo Espírito.
           É óbvio que esta busca de santificação não deixará de trazer muitas lutas para o fiel. Se o Maligno não conseguiu impedir sua conversão, tentará impedir sua santificação. Um membro de Igreja que tenha uma vida mundanizada é uma vitória do Maligno. E uma derrota para o reino de Deus. A maior parte do tempo de um pastor é gasta com crentes mundanos, com problemas de mundanismo na Igreja, mais do que com busca de alimentação espiritual ao rebanho. Crentes mundanos ocupam a maior parte dos esforços da Igreja. Além de requererem visitação, aconselhamento e trato com luvas de pelica (como são melindrosos os crentes mundanos!), dão mau testemunho e contaminam os demais. São uma lástima! 
            Como superar esta luta e estas dificuldades? Mais uma vez vamos a Efésios. Em 6.10-18 temos uma excelente exortação. Para esta batalha espiritual, precisamos nos armar. Não com espada ou com um fuzil AR-15. A verdade e a justiça protegem o peito (v. 14), os pés têm no evangelho um excelente par de botas (v. 15), a fé protege das armas do Maligno (v. 16), a certeza da salvação e de que somos filhos de Deus protege nossa cabeça, que simboliza a nossa mente (v. 17a) e para atacar, temos a Palavra de Deus que deve ser internalizada na vida (v. 17b). Lembremos que foi a Palavra de Deus que Jesus utilizou para resistir a Satanás e fazê-lo retirar-se dele (Mt 4.4, 7 e 10). É a Palavra de Deus internalizada na vida, assumida como fonte de vida, que nos ajuda a vencer Satanás e caminhar na direção da vontade de Deus, que é nossa santificação. Veja os textos de 1Samuel 15.22, Salmo 119.9, 11 e João 17.17. É a exposição da Palavra de Deus que dá entendimento: Salmo 119.130. Este entendimento é espiritual, não acúmulo de informações ou de experiências. Ele nos ajuda na luta contra Satanás: 1Pedro 5.8-9 e Tiago 4.7. Observe neste último texto que há duas orientações para nós. A primeira é submeter-se a Deus, e a segunda é resistir ao Diabo. Toda luta espiritual sem uma submissão a Deus será frustrada. Seremos derrotados. Santificação é, também, luta contra o pecado, que só pode ser bem sucedida se antecedida por uma submissão a Deus.


4. O que fazer com a santificação?

           Esta pergunta denota algo muito prático. Embora primeiramente sejamos santificados porque nos relacionamos com um Deus Santo, há uma razão pela qual Ele exige a santificação de nós que nos remete à praticidade. Ao nos relacionarmos com o Senhor o fazemos como filhos por adoção em Cristo Jesus e como servos no Seu Reino. Desse modo devemos servi-lo e a santificação nos prepara para esse serviço, para que seja um serviço aceitável a Ele, que verdadeiramente o glorifique. A santificação não nos mantém distanciados do serviço ao Senhor, pelo contrário, ocorre como nos mostra 2 Tm 2.21: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”.


5. O papel de Deus e o nosso papel na santificação.

           A Bíblia ensina que é Deus quem nos santifica (1Ts 5.23). Para isto, ele se vale do processo de nos educar como filhos (Hb 12.5-11). Desejar a santificação e tê-la em nossa vida é obra de Deus (Fp 2.13). Assim ele nos aperfeiçoa cada dia, para fazermos sua vontade e lhe sermos agradáveis (Hb 13.20-21). Esta é a vontade e a obra do Pai.
            O Filho conquistou a santificação para nós. É isto que Paulo diz em 1Coríntios 1.30. No processo de santificação, ele é o alvo para o qual devemos caminhar (Hb 12.2). Aqui temos, novamente, o conceito de cristificação. Ser santo significa caminhar sempre na direção de Cristo. Ele é nosso modelo (1Pe 2.21). Ser santo é procurar viver como ele viveu: 1João 2.6. 
           O Espírito atua em nós para nos transformar e modificar, cada dia. A santificação é obra do Espírito Santo em nós (1Pe 1.12, 2Ts 2.13). É o Espírito quem produz em nós o seu fruto (Gl 5.22), que melhor evidencia nossa santificação. Ser santificado é deixar-se guiar pelo Espírito e andar nele (Gl 5.16-18 e Rm 8.14).
            Mas nós temos parte na santificação. Não somos passivos. Nossa parte começa com o fato de que devemos oferecer-nos a Deus para que ela aconteça (Rm 6.13 e 19). O texto de Romanos 12.1-2 vem corroborar isto, lembrando que “corpos” é o grego sôma, que é mais que o corpo físico, designando toda a personalidade da pessoa. A santificação significa dar toda a nossa personalidade a Deus: pensamentos, bens, talentos, jeito de ser, a vida, enfim. Quando deixamos o Espírito agir em nossa vida e mortificamos as obras do corpo, então temos a vida abundante (Rm 8.13). Neste sentido, a santificação é a parte da salvação que nós desenvolvemos (Fp 2.12-13). (Isaltino Gomes Coelho Filho).



6. Como crescer na santificação.

           Como a santificação é um processo que dura toda a nossa vida, e temos o dever de não relaxarmos, mas de sempre buscarmos estar em desenvolvimento nesse processo, é bom que estejamos bem cientes dos meios que o Senhor disponibilizou para nós.

6.1. O primeiro requisito evidentemente é o desejo intenso por uma vida de santidade.

6.2. Leitura constante da Palavra de Deus. Ler de modo a refletir para aplicar na vida. Também entra aqui o estudo da Palavra para conhecer melhor as doutrinas bíblicas. Ouvir a Palavra em forma de sermão bíblico para a edificação espiritual e crescimento na fé. É necessário ter fome da Palavra, se alimentar de toda a Palavra, não apenas daqueles textos que nos são prediletos. Salmo 1.2, Mateus 4.4 e João 17.17.

6.3. Dedicar-nos a oração é indispensável. Na Palavra o Senhor nos fala, na oração nós abrimos nosso coração a Ele. “... com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6.18). Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7). Não pode haver santificação sem uma vida de oração.

6.4. A participação ativa nos cultos coletivo é essencial. Necessitamos de estar juntos a nossos irmãos. Uma brasa só se mantém acessa junto a outras brasas. Não há como alguém se afastar da companhia da igreja e estar bem espiritualmente, quem pensa desse jeito estar se enganando. A Palavra de Deus nos exorta a estar no culto público e valorizarmos congregarmos com nossos irmãos: E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Efésios 5.18-21).
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.19-25).

6.5. Testemunhar de Cristo contribui para nossa santificação. Nos santificamos para servir ao Senhor, portanto, o cristão não pode estar parado, tem de viver em serviço.

6.6. A autodisciplina e domínio de si mesmo é algo essencial. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5.22-24). Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si” (Tito 1.8). Embora o último texto esteja se referindo às virtudes do bispo é válido para todo cristão, pois diante do Senhor todos somos iguais, não há uma divisão entre clero e laicato como ocorre na igreja romana.
           Outras dicas poderiam ser adicionadas, mas nos contentemos com estas por enquanto.


Conclusão

           Santificação, portanto, não é meramente aderir a uma cultura evangélica, não é ser um chato contra tudo e contra todos. Mas sim, é algo positivo, um desejo inabalável de agradar ao Senhor, obedecê-lo por amor a ele, e daí virá o contentamento, a felicidade, a alegria espiritual, pois essa obediência não será algo penoso, embora não seja fácil afastar-se do pecado, é contudo, gratificante espiritualmente. Que busquemos nos santificar a cada dia mais para estarmos no centro da vontade de Deus em nossas vidas e usufruirmos da Sua presença.
           Finalizo citando 1 Tessalonicenses 4.3-7: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade”.



Bibliografia

BERKHOF, Louis – Teologia Sistemática - Ed. Luz Para o Caminho, Campinas, São Paulo, 1996.
ELIAQUIM, Jádison – Apostila do Curso de Preparação de Obreiros da Igreja Batista dos Guararapes.




No amor de Cristo, Pr. Rivaldo Constantino dos Santos

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