Introdução
Anna Maria Jarvis (1864, Webster, Virgínia - 24 de novembro de 1948, West Chester Pensilvânia) é reconhecida
como idealizadora do Dia das Mães nos Estados
Unidos.
A idéia surgiu a
partir de um episódio ocorrido na vida pessoal de Jarvis, a morte da mãe
em 1905. As amigas, muito
preocupadas com seu estado depressivo depois do fato, fizeram uma festa para
eternizar o dia. Anna quis que a celebração fosse estendida a todas as mães.
Depois de lutar três anos para oficializar a data, finalmente, em 26 de abril de 1910, o governador da
Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, acrescentou o Dia das Mães ao
calendário de datas comemorativas daquele estado. Em pouco tempo outros estados dos Estados Unidos aderiram à
comemoração e com isso, em 1914, o presidente dos
Estados Unidos, Woodrow Wilson 1 formalizou a
data em todo o território nacional.
Na década de 1920,
Anna Jarvis ficou incomodada com a comercialização do feriado. Ela criou a
Associação Internacional para o Dia das Mães, alegou direitos autorais sobre o
segundo domingo de maio, e foi presa uma vez por perturbar a paz. Ela e sua
irmã Ellsinore gastaram a herança da família fazendo campanha contra o feriado.
(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Jarvis, acessado em 11 de
maio de 2014).
O dia que hoje celebramos como dia
das mães é apenas um marco no calendário para se prestar homenagem àquela que
melhor nos conhece, que mais se preocupa conosco, que mais nos defende e em
muitos casos mesmo quando estamos errados. Infelizmente como outras datas
festivas assume exageradamente um caráter comercial. Que todos os dias
celebremos em gratidão a Deus pela mãe que ele nos concedeu.
Mesmo sabendo de todo o apelo
comercial, se tivermos uma postura de sensatez podemos sim aproveitar este dia
como mais um de harmonia familiar, usufruir da data sem esquecermos todos os
demais dias.
Que este então seja um dia de
reflexão para as mães e para os filhos. Pensando nisto gostaríamos de estar
analisando alguns exemplos bíblicos de mães segundo o coração de Deus.
I – É UMA MÃE QUE ENTENDE QUE SEUS
FILHOS PERTENCEM AO SENHOR, 1 Sm 1.26-28.
E disse ela: Ah, meu senhor, tão certo
como vives, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao SENHOR.
Por este menino orava eu; e o SENHOR me
concedeu a petição que eu lhe fizera.
Pelo que também o trago como devolvido
ao SENHOR, por todos os dias que viver; pois do SENHOR o pedi. E eles adoraram
ali o SENHOR.
O maior desejo da vida de Ana era
ter um filho, ainda que na perspectiva humana querer isto poderia ser algo
desanimador e conflitante, pois ele era estéril. No entanto ela orava
incessantemente por este motivo. Havia perseverança genuína colocando diante do
Senhor o seu sonho e crendo que Ele poderia realizar e lhe conceder um filho.
Seu pedido era acompanhado com um pacto de gratidão, oferecer o futuro filho ao
serviço do Senhor (v. 11).
Embora o caso de Ana seja uma
situação muito específica é ponto pacífico que tudo o que o Senhor nos concede
Ele é que é o dono legítimo, inclusive dos nossos filhos. Nossos filhos são
dádivas divinas, o Senhor nos concede para que deles cuidemos, eduquemos, mas
conscientes que não são nossa propriedade, são do Senhor. O que melhor se
aproxima em nossos dias daquilo que Ana fez, consagrar seu filho ao serviço do
Senhor, é a nossa prática de apresentação da criança no culto público ao
Senhor. Aquele ato deve ser compreendido como um compromisso dos pais diante de
Deus e da igreja que estará educando seus filhos nos caminhos do Senhor.
Consagrar a criança ao Senhor vai além do mero ritual litúrgico, é um
compromisso com o Senhor de encaminhar a criança a Cristo.
A consciência de que os filhos são
propriedade do Senhor lhes dará segurança nos momentos de dificuldade, pois em
momento de desvio da fé de seus filhos lembre-se que eles são do Senhor, não
pertencem ao mundo, e se você cumpre seu papel de mãe no Senhor pode descansar
seu coração que certamente o Senhor trará de volta aqueles que lhe pertencem.
Ter esta consciência também é reconfortante
diante de uma grande dor como a morte física de um filho. Por mais difícil que
seja o momento, a compreensão de que pertencem ao Senhor aliviará um pouco o
sofrimento.
A consciência de que o filho
pertence a Deus logo estará trazendo tranquilidade, esperança e conforto diante
desses momentos de dificuldade.
II – É UMA MÃE QUE CUMPRE O SEU PAPEL
MATERNO, 2 Tm 1.5; 3.14-15.
“...
pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente
habitou em tua vó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti”
(2 Timóteo 1:5).
“Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,
E que desde a tua meninice sabes as
sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há
em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3:14-15).
a) O
papel do ensino
Paulo lembra a boa educação que teve
Timóteo aprendendo de sua mãe, fala a respeito da influência de uma mulher de
fé que era Eunice. Certamente esta referência à mãe de Timóteo não é em vão,
com certeza ela foi um exemplo de fé para Timóteo. E como era já costume entre os judeus Timóteo
aprendeu desde cedo sobre As Escrituras. Precisamos mais disso nos dias de
hoje. Não permita que seu filho seja um desconhecedor da Palavra, ensine-o,
motive-o ao aprendizado. São os pais e não a igreja os maiores responsáveis
pela educação cristã das crianças. Lembre-se de Pv 22.6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for
velho, não se desviará dele”. Nem sempre as pessoas de fato creem nesse
texto. Mas lembre-se ensinar o caminho é ensinar com consistência, é mais do
que conteúdo teórico, é estar presente na vida do filho em todos os momentos,
juntamente com ele no caminho em que deve andar. Poderá ser que haja alguns
desvios de percursos de seus filhos, mas quando há um correto ensinamento pode
ter certeza que ele não será anulado da mente dos filhos. O ensino correto nos
faz ser espelho para quem ensinamos. As mães, portanto, devem ser exemplo para
seus filhos.
Deve ensinar pelo exemplo.
É o ensino mais eficaz. Talvez você
não tenha muita habilidade para explicar a Bíblia a seus filhos, mas com
certeza o que falará mais alto em seus corações é o exemplo de vida que poderão
perceber em você. Que seus filhos percebam em você uma mulher de oração! Que
seus filhos percebam em você uma mulher que teme ao Senhor! Que seus filhos percebam
em você uma mulher prudente!
Deve conduzir os filhos a Cristo.
Não esqueça jamais deste ‘detalhe’,
até mesmo os filhos de crentes na idade da razão necessitam compreender o que é
novo nascimento, ainda que tenham sido educados na Palavra, precisão entender
que a salvação é pessoal.
b) O
papel da proteção – Ex. 2.1-10
1 Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo,
2 e ela engravidou e deu à luz um filho. Vendo que era bonito, ela
o escondeu por três meses.
3 Quando já não podia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de
junco e o vedou com piche e betume. Colocou nele o menino e deixou o cesto
entre os juncos, à margem do Nilo.
4 A irmã do menino ficou observando de longe para ver o que lhe
aconteceria.
5 A filha do faraó descera ao Nilo para tomar banho. Enquanto isso,
as suas servas andavam pela margem do rio. Nisso viu o cesto entre os juncos e
mandou sua criada apanhá-lo.
6 Ao abri-lo, viu um bebê chorando. Ficou com pena dele e disse:
“Este menino é dos hebreus”.
7 Então a irmã do menino aproximou-se e perguntou à filha do faraó:
“A senhora quer que eu vá chamar uma mulher dos hebreus para amamentar e criar
o menino?”
8 “Quero”, respondeu ela. E a moça foi chamar a mãe do menino.
9 Então a filha do faraó disse à mulher: “Leve este menino e
amamente-o para mim, e eu lhe pagarei por isso”. A mulher levou o menino e o
amamentou.
10 Tendo o menino crescido, ela o levou à filha do faraó, que o
adotou e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: “Porque eu o tirei das águas”. (NVI)
Que exemplo maravilhoso o de
Joquebede, mãe de Moisés. Que sabedoria de Deus em sua vida, que coragem em
proteger seu filho contra a infame ordem de Faraó de matarem todas as crianças
do sexo masculino nascidas entre os hebreus.
Proteção é uma das maiores
necessidades humanas, e um dever materno primordial. Verdadeiras mães olham o
perigo para protegem seus filhos, não pensam em si mesmas, mas no bem-estar de
seus filhos. E ainda que sejam pessoas dóceis e pacíficas podem demonstrar
grande coragem e determinação quando se trata de proteger os filhos.
Sabemos que é frequente vermos na TV
terríveis exemplos de cenas chocantes de pessoas que apenas procriaram
biologicamente, mas que não conseguem ser mãe, pessoas que tem atitudes
violentas de espancamentos e coisas semelhantes. Mas o natural a uma mãe é essa
proteção. Inclusive, tanto neste quanto em outros critérios não apenas quem
gerou biologicamente exerce o sentimento maternal. O mesmo pode ser exercido
por uma tia ou qualquer pessoa com vínculo parental ou não.
Aplicações
Vejamos então algumas dicas práticas para as mães:
1.
Não queira que seus filhos estejam sempre com você, tenha consciência que cedo
ou tarde terão sua emancipação. Inclusive sua educação deve contribuir para
isto.
2.
Revele seu amor aos seus filhos com palavras e gestos. Poucas coisas são tão
importantes para uma criança quanto ouvir elogios de seus pais.
3.
Entenda as fases de seus filhos, nem sempre eles lhes darão ouvidos, mas nunca
se esquecerão de seus ensinamentos.
4.
Se seus filhos estão na idade adulta, entenda que eles têm suas vidas, respeite
seu espaço emocional, há limites que você não pode transpor, por exemplo: não
pode se intrometer nos problemas conjugais de seus filhos, eles que resolvam.
5.
Se você deseja ser mãe e ainda não foi agraciada com a maternidade, continue à
semelhança de Ana colocando em oração diante do Senhor. Lembrando que há sempre
a possibilidade de adoção. A maternidade não é meramente algo biológico, tem
toda a esfera sentimental que pode prescindir do fator biológico.
Quanto
aos filhos lembrem-se:
1. A
Palavra de Deus nos manda honrar pai e mãe. “Honra teu pai e tua mãe (que é o
primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida
sobre a terra” (Ef 6.2, 3).
Honrar neste contexto significa
obedecer. Enquanto estiver na casa de sua mãe estará sob sua autoridade, não
esqueça isso.
Honrar neste contexto significa
valorizar. Sua mãe pode não ser a melhor do mundo, mas foi a que Deus lhe deu.
Compreenda suas limitações, entenda suas expectativas acerca de você. Entenda o
quanto é uma bênção divina para sua vida a presença de sua mãe.
2. É
seu dever cuidar deles em sua velhice. Inevitavelmente filhos que foram bem
cuidados pelos pais cuidarão dos mesmos em sua velhice. Os filhos têm esse
dever, inclusive garantido em lei (abandono de idosos é crime). Trata-se do
crime de abandono afetivo: Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003. (O Estatuto do
Idoso). A pena é de seis meses a três anos de prisão, podendo chegar até cinco
anos se houver lesão corporal grave e até 16 anos se o abandono acarretar em
morte do idoso.
É o ciclo da vida, primeiro cuidamos
e se um dia tivermos o privilégio da velhice seremos cuidados por nossos
filhos, de certo modo voltamos a ser crianças.
3.
Seja grato ao Senhor pela bênção de ter uma mãe ‘de verdade’, nem todos tiveram
esse privilégio.
Conclusão
Não podemos esquecer que sempre é
possível ser melhor do que já somos em tudo, isto não é diferente no que diz
respeito a ser mãe, e também a ser filho.
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