PROVÉRBIOS 30.1-6 - ENCONTRANDO A SABEDORIA DE DEUS



Palavras de Agur, filho de Jaque, de Massá. Disse o homem: Fatiguei-me, ó Deus; fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto
porque sou demasiadamente estúpido para ser homem; não tenho inteligência de homem,
não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?
Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam.
Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso.
(Pv 30.1-6 ARA)

 

Introdução


O homem em seu entendimento natural muito se equivoca sobre o que é certo e sobre como deveria conduzir sua vida. Há muitas filosofias, ideologias ou conhecimentos religiosos que buscam dar um norte para a vida humana. E temos em nosso texto um personagem que vivenciou essa busca por um conhecimento confiável, por uma sabedoria segura na qual sua alma poderia descansar.

 

Elucidação


Não se sabe ao certo quem foi esse Agur. Há opiniões muito variadas dos comentaristas: para alguns foi apenas alguém que colecionou vários provérbios, mas necessariamente não foi alguém que vivenciou experiências relacionadas a eles. Para outros ele sequer existiu, uma vez que no hebraico a palavra traduzida por Agur pode não ser um nome pessoal. Outros são da opinião que era um sábio que foi à coorte de Salomão para aprender um pouco da sabedoria deste. Eu prefiro essa última alternativa.

 

I – Agur aprende que o conhecimento verdadeiro humilha o conhecimento humano, V.2-4.

 

Essas expressões de Agur soam como um lamento de sinceridade diante de um esforço empenhado no qual admite seu fracasso. Parece-nos que ele esteve próprio esforço buscando entender alguns mistérios da vida. Pensou demasiadamente positivo acerca de si e de suas capacidades.

De fato, o homem natural tem a tendência de olhar para si e ensoberbecer-se pelo pouco conhecimento adquirido, estando em trevas não consegue enxerga sua incapacidade de um conhecimento seguro acerca das questões mais importantes da vida.

Pelo menos Agur, pela graça de Deus chega a reconhecer que lhe falta o conhecimento verdadeiro do SENHOR (v.3). Aprender esta lição deve ter sido difícil para ele.

O verdadeiro conhecimento de Deus não é alcançado pela arrogância da inteligência humana. Conhecemos a Deus porque ele se  revelou nós, veio ao nosso encontro em Cristo, deu-nos Sua Palavra.

Da experiência de Agur, e de todos quantos com ele se assemelham podemos aprender que:

  •   Aproximar-se da Palavra de Deus é ter a oportunidade de enxergar a própria ignorância, de enxergar também a própria insensatez.
  •   É ter a humildade de deixar de lado o que pretensamente sabemos para nos submetermos à revelação de Deus.

Quando o Espírito Santo nos aproxima de Cristo faz com que nos esvaziemos de nós mesmos! Foi assim que aconteceu com o apóstolo Paulo, que pensava está agradando a Deus, mas tudo o que era e o que pensava saber foi radicalmente mudado quando o Senhor iluminou sua mente para entender a verdade do evangelho: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8).

No v. 4 ele lembra as palavras de Deus a Jó no capítulo 38 desse livro. Ali Deus humilha a pretensa inteligência de Jó falando a ele acerca da criação. “Onde estava tu quando eu fundava a terra?” (Jó 38.4) Essa pergunta e as demais desse capítulo a Jó é pra mostrar-lhe que ele nada sabe dos misteriosos propósitos divinos e logo, não poderia discutir com Deus como quem busca se justificar.

 

II – Agur aprende que pode confiar plenamente na palavra de Deus, V.5-6.

 

Sendo Agur possivelmente um tipo de mestre de quem os alunos esperavam palavras de sabedoria e conhecimento ele mostra o que aprendeu. Aprendeu que tão pequeno é o conhecimento humano, que pensamos às vezes saber muito sobre Deus quando ainda temos tanto a aprender. Mas ele diz aqui que há uma forma de sentir segurança, confiar na Palavra do SENHOR. Ela é pura, é como uma prata purificada sete vezes como diz o Salmista (Sl 12.6).

Aquilo que é impuro está contaminado, misturado. O conhecimento humano do homem em seu estado natural sem Cristo poderá até ser elevado em termos filosóficos, poderá ter até certo grau de beleza, mas será enganoso e muitas vezes contrário aos preceitos divinos. A contaminação se dá por meio dos erros quanto ao que deve ser priorizado em nossas vidas, por meio da mistura com o que em si mesmo não é correto, e que portanto levará ao um viver no qual se seguirmos o pensamentos mundanos sofreremos terríveis consequências.

Podemos desconfiar dos ensinos humanos, das filosofias, do entendimento natural das coisas, por conta da incapacidade humana de conhecer o que precisa ser conhecido para viver de modo tranquilo, feliz e pleno do verdadeiro sentido da existência humana.

O proverbialista nos diz que temos segurança quando confiamos na Palavra do SENHOR, pois confiar nele é o mesmo que confiar em sua Palavra.

Por fim ele nos diz da suficiência da Palavra do Senhor. A ela nada é necessário acrescentar, já é plena, diminuí-la ou tentar acrescentar algo seria loucura e viria a vergonha de a pessoa se achada em fraude.

Os israelitas bem poderiam lembrar da recomendação do SENHOR para eles: “nada acrescenteis a Palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR Deus de vossos pais” (Dt 4.2). Paulo enfatiza para a igreja de Cristo que: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16).

Assim, bem fará quem estiver sempre atento à Palavra do Senhor.

 

Conclusão

 

1. A Palavra de Deus te aconselha a viver a prática do que tens aprendido: Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mateus 7:24).

 

2. Também nos faz lembrar como a sabedoria divina é superior e incompreensível a quem não for auxiliado pelo Espírito:

“Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos”
(1 Coríntios 1:18,19).

 

 

 

 


Postar um comentário

0 Comentários