ACEITANDO A SOBERANIA DIVINA DIANTE DO LUTO

Quando um cristão morre







Introdução

Um dos momentos mais doloroso é a perda de ente querido, é comum um sentimento de revolta com as circunstâncias, o que na realidade é uma revolta contra Deus não admitida! Racionalmente muitas vezes não há como encontrar uma explicação que satisfaça! Então como reagir diante desses momentos sem que nos revoltemos contra os desígnios divinos e ou caiamos em depressão? Como vivenciar o luto de forma saudável tanto emocionalmente como espiritualmente?


I – ENTENDIMENTO PRÉVIO DA SOBERANIA DO SENHOR!
Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma (Jó 1.20-22).
Diante de tantas perdas, bens, filhos, Jó vivenciou aquele que foi o momento mais difícil de sua vida! Humanamente falando seria compreensível se ele não quisesse mais compromisso com um Deus que em seus planos fez com que tudo aquilo acontecesse! Então o que levou Jó ao invés de vivenciar revolta exclamar que Deus tinha o direito de dar e de tirar? O conceito de Deus na mente de Jó. Não era o conceito de um deus servidor obrigado a abençoar e satisfazer o ser humano em todos os seus anseios. Jó entendia que Yavé é o Deus soberano que dar a vida e por conta disso também teria o direito de tirá-la. Jó sabia que ao estarmos vivos devemos ser gratos por uma dádiva a qual Deus não é obrigado a conceder. E mais, aceitava em seu coração que não era prerrogativa divina fazer o homem feliz. Assim sendo, para Jó Deus não tem nenhum dever para o com o homem, enquanto este deve ser grato quando por ele é abençoado e não se revoltar quando as bênçãos estão ausentes! Jó cria num Deus soberano no entendimento máximo dessa expressão.


II – PERMITIR-SE SOFRER
Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo. Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande  (Jó 2.11-13).
O capítulo 2 do livro prossegue relatando seus sofrimentos, acrescentando aos anteriores a perda da saúde e o fato de que sua esposa não estava tendo a mesma condição emocional e espiritual que ele, chegando a incentivá-lo a abandonar ao Senhor: "Então sua mulher lhe disse: "Você ainda mantém a sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra!" (v. 9).
Os amigos de Jó ao visitá-lo inicialmente não tiveram coragem de falar, apenas estar presente naquele momento, pois percebiam o sofrimento vivenciado pelo seu amigo era algo incomum.
Em seu sofrimento vemos na narrativa do livro que ele tenta encontrar explicação para tudo o que está acontecendo. Embora o livro termine relatando que ele voltou a vivenciar a felicidade, a ter prosperidade, a ter mais filhos; o texto é coerente em relatar um Jó humano que enquanto sofre, tem dúvidas, se mostra arrogante, etc. Jó diante tudo o que veio a sofrer, não negou a intensidade da dor, pois vencer a mesma requer vivenciá-la!
Hoje sabemos por meio da psicologia que o luto sadio é composto não de negação, mas do choro!


                                         Conclusão

Sempre será difícil vivenciar o luto por quem amamos, entender e aceitar a doutrina bíblica da soberania divina não torna fácil, mas nos dá melhores condições de enfrentamento. Devemos sofrer, mas de modo saudável, tal sofrimento não deve se tornar patológico, devemos e podemos superar, embora a ausência sempre trará a dor de volta, mas podemos aprender a conviver com ela! Em tudo isto, que Deus seja glorificado em nossas vidas!
O verdadeiro cristão confia e encontra consolo quando um ente querido parte para o Senhor nessas maravilhosas palavras: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11. 25-26).

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