JOÃO 11.1-43 - A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO, UMA REVELAÇÃO DA DEIDADE E HUMANIDADE DE CRISTO


Uma esperança certa para os mortos
INTRODUÇÃO

Como em toda narrativa dos evangelhos Jesus é o personagem principal, Lázaro é na verdade um coadjuvante, está em segundo plano, sobre ele que virá a ação divina da ressurreição. De igual modo, assim como se desenrolou essa bela história entre Jesus e Lázaro juntamente com sua família, também o Senhor é protagonista de sua história de vida; e você também pode ser aquele que receberá do Senhor o milagre que necessita.


ELUCIDAÇÃO

O propósito do evangelho de João é provar para os judeus que Jesus é Deus. Os milagres são registrados por João com esse intento, ele registra sete milagres realizados por Jesus: a transformação da água em vinho, as duas multiplicação de pães e peixes, o andar sobre as águas, a cura de uma pessoa enferma mesmo ele estando distante, a cura de uma pessoa com paralisia, a cura de um cego de nascença e por fim a ressurreição de Lázaro. Evidentemente Jesus fez muito outros milagres, mas João escolheu relatar estes para provar que Jesus é o Messias prometido, que ele é Deus.


I – O EVENTO DO MILAGRE, REVELAÇÃO DA HUMANIDADE DE CRISTO.

A riqueza desse texto não está apenas em mostrar que Jesus ressuscitou um homem que havia morrido há quatro dias. A narrativa nos fala da reação de Jesus diante de tudo aquilo que estava acontecendo, então nós vemos:

a) Uma preocupação para com a fé dos discípulos, v.15.
Diante do adoecimento de Lázaro, estando Jesus por perto, certamente iria curá-lo, como testifica Marta: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (v. 21). Entretanto, Jesus não se encontrava em Betânia. Ele está revelando que nem mesmo esse detalhe é a toa, havia a necessidade de tudo isso acontecer, a glória do Senhor tinha de ser manifestada e a fé dos discípulos necessitava ser fortalecida.
A aparente ausência de ação divina em nossas vidas em muitos momentos não é por acaso, em sua pedagogia espiritual ele está trabalhando ao seu modo em nossa fé.

b) A tristeza pela morte de um amigo.
Aquele que é o Emanuel também sentiu a dor que todos nós vivenciamos – o luto. A notícia da morte de alguém que muito amamos é algo avassalador. Está ali o Deus-homem, que diante da ausência de um amigo nos é revelado que chorou (v. 35). Embora João tenha o objetivo básico em seu evangelho de provar que Jesus é o Cristo que havia de vir também se fazia necessária a revelação acerca da humanidade do Senhor, isso porque na época em que o evangelho foi escrito,final do século I, havia pessoas que negavam que Jesus houvera sido verdadeiro ser humano. Por três vezes o texto mostra como humanamente Jesus foi afetado por aquele momento (v. 33, 35 e 38).

c) Uma preocupação missionária, v. 42.
Como ele houvera dito no v. 4, aquela doença não era para morte, ou seja, o propósito que Deus permitira a doença em Lázaro serviria para a glória do nome do Senhor. E glória do Senhor estava não apenas em O exaltarem pela ressurreição em si, mas também e principalmente em crerem que aquele de fato era o Cristo que havia de vir. Até mesmo a oração de gratidão pelo Pai o ouvir é para os expectadores ali presentes percebam essa verdade.
Partindo desse princípio, que possamos desejar que o Senhor faça coisas maravilhosas em nossas vidas, não apenas pelo usufruto da bênção, mas para a glória do Senhor; para que as pessoas vejam as ações de Deus em nossas vidas e elas apontem para Cristo.


II - O EVENTO DO MILAGRE, REVELAÇÃO DE DEIDADE DE CRISTO.

Alguns detalhes do texto nos mostram que aquele Jesus de Nazaré era o Deus vivo entre os homens. Primeiramente vemos que Jesus não se apressa quando tem a notícia da doença de seu amigo (v. 5 e 6). Não importa quão grave ou há quanto tempo o problema esteja arraigado, em Cristo há solução.Vivemosno imperativo do urgente em quetudo tem que acontecer o quanto antes. É evidente que quem sofre preferirá não esperar longo tempo por uma cura, quem tem um grave problema na sua vida preferirá que seja resolvido o mais rápidopossível. Entretanto, o tempo de nossa urgência nem sempre estará em sintonia com o tempo divino de agir em nossas vidas. E por mais que pareça ilógico para nós, tardio talvez, o tempo da determinação divina de algo ocorrer está bem baseado em sua sabedoria, Ele sabe o melhor momento.
Em segundo lugar, ele declara ser Deus: “Eu sou a ressurreição e a vida(v. 25). Quem senão o próprio Deus poderia fazer tal afirmação? O que ele diz significa que o poder para restaurar, transmitir e manter a vida reside nele. E é isso mesmo que João também escreve a respeito dele nos capítulos 1:4; e Jo 5:21: “Nele estava a vida, e esta era luz dos homens” (1.4); “Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem ele quer” (5.21). Ele não só é o Senhor do tempo, é também o Senhor da vida.
Enfim, o milagre ocorreu, trouxe à vida alguém que já há quatro dias havia falecido. Fato este, que não ficou sem consequência diante da liderança religiosa judaica.


III – AS CONSEQUÊNCIAS DO MILAGRE.

Muitos daqueles que presenciaram o milagre creram em Jesus (v. 45).
Como acontece sempre após os milagres de Jesus: Há aqueles que creem nele como o Messias enviado pelo Pai, há aqueles não creem, e é suscitada reação por parte dos líderes judeus que temem perder seu poder, sua influência. Sentem-se ameaçados por Jesus diante dos milagres que ele realiza.
Outra questão interessante no texto é que o sumo sacerdote Caifás, profetizou a respeito da morte expiatória de Jesus (v. 51-53). Ele não sabia exatamente o sentido de suas palavras, mas João as escreve elucidando-as.
Os líderes judeus decidem que Jesus tem que ser detido (v. 53). Agora a perseguição a Jesus não é algo esporádico, mas está oficializado que ele precisa ser morto, por isso como diz o texto ele teve que se retirar para Efraim. Os fariseus, saduceus e sacerdotes, entretanto, ficaram na expectativa de Jesus voltar a Jerusalém para a festa da Páscoa.
Quais aplicações práticas podemos tirar para nossas vidas diante desse texto?


APLICAÇÕES

1. Jesus te convida para um salto de fé. Marta acreditava na ressurreição no último dia, e isto está correto. Mas as palavras de Jesus a ela a trás para o seu presente e para o que o Mestre poderia realizar naquele momento. Que você possa lembrar sempre que nada é impossível ao Senhor!

2. O Senhor Jesus é poderosopara agir na sua vida! Mas, mesmo podendo miraculosamente remover a pedra do sepulcro de Lázaro, ele ordenou aos presentes que a removessem (v. 39), ou seja, ele não nos isenta de nossas responsabilidades, aquilo que podemos fazer devemos fazer. “Que você tire a pedra para que o Senhor possa agir na sua vida!” Esse “tirar a pedra” pode às vezes exigir de nós coisas desagradáveis: Mexer em situações que preferiríamos deixar para trás, tocar em situações que podem nos trazer mais dor, etc. No entanto, esse é primeiro passo para que ele possa fazer algo surpreendente em nossas vidas.

3. Na doença e consequente morte de Lázaro, e toda a forma como se desenvolveram aqueles eventos o nome do Senhor foi glorificado. E a glóriado nome do senhor deve ser o nosso alvo. Pergunte-se de que forma você poderá melhor glorificar o nome do Senhor.Se estiver passando por um momento difícil, busque vivenciá-lo de modo em que o nome do Senhor seja glorificado. Se estiver vivendo um momento de tranquilidade e prosperidade, idem. Lembre-se das palavras do apóstolo Paulo falando de seus sofrimentos em prol do evangelho: “[...] Cristo será engrandecido no meu corpo, que pela vida, quer pela morte” (Fp 1.20).

4. Que bom e que confortante é, seja diante da expetativa de nossa morte física, seja no sofrimento do luto por um ente querido que partiu em Cristo, sabermos que a morte não nos separará do amor de Cristo, vivemos para ele e partiremos para estar com ele, teremos a ressurreição do corpo para prosseguirmos em vida eterna com Ele.


CONCLUSÃO

O Senhor Jesus, como protagonista da história de vida de Lázaro veio ainda a usar o fato daquela ressurreição para que outros cressem o evangelho: “Soube numerosa multidão dos judeus que Jesus estava ali, e lá foram não só por causa dele, mas também para verem Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos” (João 12:9). Que nossas vidas também possam ser usadas para aproximar pessoas a Cristo!



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