Hebreus 12.12-17


 Introdução
           Aqueles irmãos a quem foi dirigida esta epístola estavam vivenciando dois perigos: a perseguição e o desânimo. Diante disso são exortados pelo autor a viverem de um determinado modo, são exortados a viverem uma vida em santidade. É por isso que o autor faz questão de pontuar que a Aliança em Cristo é muito superior ao Antiga Aliança; Cristo é superior a Moisés; o sacerdócio de Jesus é superior ao sacerdócio levítico. Portanto, confiando em Cristo poderiam viver da forma como ele lhes aconselha. 

VIVENDO EM SANTIDADE COMO ESTILO DE VIDA

I - NÃO SE DEIXAR VENCER PELO DESÂNIMO ESPIRITUAL, V. 12 E 13.

           Um do fenômenos mais comuns observáveis em nossos dias nas vidas dos cristãos é o desânimo espiritual. É muito comum encontrarmos quem diga que não tem mais forças para orar, que não ler ou medita na Palavra de Deus como outrora, que não mais tem vivenciado alegria em estar em um culto ao Senhor. 
           Este verso 12 é uma citação de Isaías 35.3 que nos revela a manifestação da graça de Deus com a vinda de Seu Filho! Diante disso o escritor ao Hebreus está transmitindo para aqueles irmão que embora os tempos sejam difíceis, não deveriam desistir, pois a graça de Deus está presente em suas vidas! 
           Mesmo sob o fogo da perseguição deveriam os irmãos manter os passos firmes. Não devemos desistir, ainda que vivamos situações desfavoráveis, ainda que estejamos em um contexto social no qual há uma pressão para abrirmos mãos de nossos valores, ainda que haja qualquer tipo de perseguição, a mensagem é clara: não se desvie, prossiga avante!
           Se você está sendo provado, isso não é motivo para desistir, muito pelo contrário, é para que você siga avante. 
            Lembre-se meu irmão, minha irmã que você como cristão tem o dever de viver o combate contra tudo que tente desestabilizar sua fé. Já nos diz Romanos 12:11: "Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor!" 
           Assim meus irmãos, santidade é não se deixar vencer pelo desânimo espiritual.


II – VIVER RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS, V.14.
           
           Um dos grandes problemas identificados pelo autor de Hebreus para que os crentes permanecessem firmes em sua caminhada eram as discordâncias nos relacionamentos que ocorriam entre eles, e que os desestimulava na vida cristã. 
           O autor de uma forma breve fala de algo prático, mas que se trata de uma ordem, o verbo se encontra no imperativo. É também algo muito difícil. O texto tem um sentido coletivo, e o autor sabia que não seria possível eles avançarem como igreja do Senhor se internamente estivessem se digladiando. 
           Para os nossos dias é muito relevante a ordem aqui expressa. Por um entendimento enganoso de vida espiritual, muitos acreditarão poder manter a comunhão com o Senhor sem que haja qualquer relacionamento com os irmãos. Contrariando a tendência individualista do pensamento moderno a igreja é sempre exortada pelo Senhor para uma vivência coletiva. Cada cristão em particular deve ter o alvo de fazer a sua parte para que todos vivam em comunhão na igreja.  Poucas coisas hoje são tão urgentes para a igreja do que ela reaprender o que significa na prática ser Corpo de Cristo, ser família de Deus, com todas as implicações disso decorrentes.
           A santificação é uma obra de Deus em nossas vidas; “... porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13). Entretanto, Ele nos concede o privilégio de sermos coparticipantes, ou seja, há uma parte na santificação que compete a nós. Para que estejamos crescendo em santificação devemos desejar e nos dedicar ao estudo da Palavra de Deus, a oração e a comunhão com outros crentes; deve haver em nós a preocupação e desejo de agradar ao Senhor, de resistir ao pecado como o próprio autor expressou no v. 4.
           Que você e eu nos esforcemos para vivermos em paz com todos. Mas esta paz nos relacionamentos não pode prescindir da santificação, isto é, não posso abrir mão da santificação para estar em paz com todos, se o preço da paz for desagradar ao Senhor aí é melhor estar em guerra, mas em paz com o Senhor!


III – CONFIAR SEMPRE NA GRAÇA DE DEUS, V.15.

          Eles aqui são exortados a não se excluírem da graça, ou seja, a não confiarem em si mesmos para ter uma vida vitoriosa na fé. Deveriam confiar unicamente no Senhor, na suficiência da obra de Cristo para suas vidas.
           Na segunda parte do versículo é dito que eles deveriam ter cuidado com alguma raiz de amargura que pudesse surgir no meio deles. 
           Podemos ilustrar a graça de Deus em nossas vidas como um rio que está fluindo livremente, mas a amargura é algo que pode represar essas águas.
           A amargura pode estar presente na vida de alguém por conta de algumas circunstâncias de derrota, a perde de ente querido, planos frustrados, questões não resolvidas em seu coração. É um dissabor com a vida, uma ausência de gratidão a Deus por focar apenas nas coisas negativas. E infelizmente ela contamina quem está perto. Pois estamos sujeitos também a ser influenciados, dependendo das personalidades diferentes de cada pessoa e de seu nível de maturidade será mais ou menos influenciável. Infelizmente notamos que as influências positivas normalmente são mais difíceis de serem assimiladas do que as negativas. 
          Veja que o autor da epístola expressa a preocupação que a amargura de uns não influencie a muitos. Não se deixe meu irmão, minha irmã se influenciar por atitudes e ou palavras que de alguma forma venha a prejudicar sua vida espiritual ou que prejudique a igreja do Senhor em sua unidade. Efésios 4.31 já recomenda: "Livrem-se de toda amargura, [...]".


IV – VALORIZAR O QUE DEUS VALORIZA, V. 16 E 17.

           Esaú tinha um caráter profano, ou falta de reverência pelas coisas de Deus, de tal modo que ele foi incapaz de arrependimento autêntico. Ele chorou pelo que havia perdido (a bênção), e não pelo pecado que tinha cometido (Gn 25). Ao contrário de Esaú temos de valorizar aquilo que de fato é importante em nossa relação com Deus.
           O episódio em que Esaú vende o direito de primogenitura nos revela muita coisa de sua atitude. Naquele momento ele foi pragmático, imediatista e hedonista. Pragmático porque ela estava disposto a usar dos meios necessários para conseguir o que queria, inclusive a negociar o que era inegociável. Para a pessoa pragmática os fins justificam os meios. Para as pessoas que querem viver em santidade com Cristo não apenas os fins tem que ser santos, mas os meios para se atingir os fins tem que serem igualmente santos. (exemplo, se almejo entrar numa faculdade, conseguir um emprego; é um alvo correto, mas seria incorreto falsificar um documento para conseguir o que quero).
           Esaú foi imediatista porque não confiou na providência divina. Apesar da fome não poderia ter feito o que fez,mas confiar que o Senhor não permitiria morrer naquele momento.
           E por fim ele foi hedonista. O hedonismo é o viver pelo princípio do prazer, da satisfação imediata. O hedonista não quer a privação, não quer lidar com a frustração. E isso é muito comum em nossos dias: pessoas que não aceitam que as coisas sejam diferentes do que gostariam, que tem como prioridade a autossatisfação em detrimento inclusive se agrada ao senhor ou não.
           Esaú valorizava as coisas terrenas, nós devemos valorizar as celestiais. Esaú valorizava as coisas materiais, nós devemos valorizar as espirituais.
           Esaú tinha um caráter profano, ou falta de reverência pelas coisas de Deus, de tal modo que ele foi incapaz de arrependimento autêntico. Ele chorou pelo que havia perdido (a bênção), e não pelo pecado que tinha cometido (Gn 25). Ao contrário de Esaú temos de valorizar aquilo que de fato é importante em nossa relação com Deus.
           Fica para nós o alerta quanto ao que aconteceu com Esaú,quis arrepender-se, mas a porta da graça estava fechada para ele. Embora a Palavra de Deus nale constantemente de nosso dever de arrependimento, o arrependimento não é uma virtude humana, mas ação do Espírito pela graça de Deus em nós. Se ele não trabalhasse em nossos corações nunca nos arrependeríamos!


Conclusão 
Algumas coisas são indispensáveis para santidade na vida:
1. Nunca seja alguém conformado com o pecado. O mundano se mundanizará mais, mas o santo se santificará mais!

2. Seja um pacificador, mas nunca negociando a verdade do evangelho, a santidade na sua vida vem antes das boas relações. Tudo isso significa que você tem que tomar cuidado para não vir a ser politicamente correto em detrimento do evangelho.

3. Olhe para o Céu! Se o grande projeto de sua vida é estar com o Senhor eternamente não pode considerar a santidade como algo de pouca importância!

4. Coloque para si como alvo em sua vida crescer na comunhão com o Senhor. Nunca desista desse alvo, embora às vezes você venha a fraquejar!



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