INTRODUÇÃO
O salmista é alguém que
relata como Deus o livrou de grandes angústias, recordando também o livramento
que o Senhor concedeu à nação de Israel da escravidão egípcia. É um canto de
Aleluia Pascal para esta festa que faz recordar a grande vitória para a vida
daquele povo, ao mesmo tempo relata a experiência de vida do salmista.
O salmista em questão de fato tinha um coração grato ao Senhor. Vejamos
a partir da experiência do salmista como devemos expressar nossa gratidão ao
Senhor.
Se verdadeiramente somos
gratos ao Senhor, como deve ser expressa essa gratidão?
I – RECONHECENDO SEUS BENEFÍCIOS.
Mas antes que possamos falar sobre tudo o que o Senhor nos concede de
modo bem específico, é necessário lembrarmos que também devemos ser gratos ao
Senhor por suas dádivas provenientes de Sua graça comum. Devemos ser gratos
pela vida, pela saúde, pela manutenção diária, etc.
Mas, voltemos para o caso específico do salmista. Ele relata como se
sentiu em dado momento de sua vida, o quanto se sentiu triste e angustiado (v.
3). Viveu uma situação desesperadora na qual não parecia haver saída. Ninguém
poderia ajudá-lo, na verdade chegou a sentir-se decepcionado com todas as pessoas
(v. 11). Mas então toma a atitude correta, ele invoca ao Senhor (v. 4). Este
salmista conhecia bem os salmos de Davi. Davi canta no Salmo 56.11 diz: “Em Deus ponho a minha confiança: não temerei. Que me pode
fazer o homem?”. E o povo de Israel cantava as palavras do Senhor: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus: serei exaltado entre
as nações, serei exaltado sobre a terra” (46.10). Sabemos então que
devemos descansar no Senhor, invoca-lo em momentos de angústia, confiar n’Ele e
manter a esperança, não em homens mas em um Deus vivo e Todo-poderoso.
A esperança é a
certeza de que nenhuma circunstância tem o poder de se perpetuar e muito menos
de determinar o curso da vida humana. Afinal, não estamos entregues ao acaso...
A esperança sempre tem o poder de transcender as realidades e circunstâncias,
na medida em que somos transportados do agora para o amanhã, do hoje para o
eterno, daquilo que não é para aquilo que há de ser. Não nas categorias de
tempo e de espaço, pois dentro do propósito do Deus eterno, já se encontra
perfeitamente realizado (Rm 8.28-30). É por isso que o salmista em esperança
profetizava: “A tristeza pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer” (Pr
Aurivam Marinho).
Sabemos que podemos nos encontrar em alguns momentos da vidabatidos,
aflitos, ansiosos, desanimados. Mas, independentemente de como estejamos que
possamos refletir o seguinte: Até que ponto é razoável nosso seu abatimento,
lembremos que devemos esperar em Deus e nenhum momento da vida vir a sucumbir
diante de uma tristeza. É o que mais uma vez Davi expressa no Salmo 43.5: “Porque está abatida ó minha alma? Por que te perturbas
dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei, meu salvador e Deus meu”.
A verdadeira gratidão enxerga o
cuidado divino, percebe-o mesmo em meio à tormenta.
Percebe, além disso, a generosidade do Senhor, v. 5 e 7.
A gratidão então nos faz enxergar o quanto Deus é bondoso, pois não nos
trato segundo nossas iniquidades, pois muitas vezes quando merecemos o castigo
Ele usa de misericórdia para conosco. O Senhor nos socorre, nos abençoa, porque
Ele é bom. Então ao ser abençoado(a) nunca esqueça que é bondade divina, é
graça de Deus. Se perder esta consciência terá perdido a gratidão.
Não esqueça como o Senhor tem sido bondoso para você, não deixe de
valorizar as bênçãos de Deus em sua vida. Sim, o Senhor tem lhe abençoado.
Agradeça a Deus pela sua família, pela sua igreja, pelos seus amigos, pelo seu
emprego, pela saúde, de forma muito especial pela sua salvação.
II – RECONHECENDO SEU CUIDADO PERMANENTE.
Já nos referimos a mantermos
nossos olhos no Senhor em momentos difíceis em nossas vidas, lembremos também
que a pessoa que tem um coração grato estará sensível à como o Senhor
relaciona-se com ela. Jesus nos fala desse cuidado permanente do Senhor e como
nos sentimos não apenas no momento do ingresso da nossa vida espiritual, mas em
toda a nossa caminhada.
Vinde a mim
todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e
encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve
(Mt 11.28-30).
Neste relacionamento com o
Senhor devemos constantemente estar aprendendo d’Ele.
Neste relacionamento devemos louvar a Deus pelo Seu cuidado paterno.
Como Pai Ele nos sustenta. Ensinando sobre oração Jesus nos mostra o quão é
importante mantermos este canal de comunhão com Deus, e exalta a bondade do
Senhor:
“Pedi e dar-se-vos-á;
buscai e achareis; batei e abrirse-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que
busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual de vós é o homem que,
se porventura o filho lhe pedir pão lhe dará pedra? Ou se lhe pedir um peixe,
lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos
que lhe pedirem?” (Mt 7.9-11).
O salmista entendia o quanto
é importante oração no relacionamento com o Senhor, pois deixa claro que buscou
ao Senhor em oração, foi então que pôde usufruir de forma mais plena das
dádivas divinas (v. 1 e 2).
Como pai Ele também nos corrige quando estamos nos deixando levar pelo
pecado:
Ora, na vossa luta
contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos
da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes
a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque
o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.
É para disciplina que
perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não
corrige?” (Hb 12.4-7).
Logo, devemos também ser gratos a Deus não apenas pelo seu sustento em
nossas vidas, como pela correção, pelos açoites.
Devemos em gratidão ao Senhor estar em estado de humildade diante d’Ele,
com simplicidade de coração aceitando o seu cuidado, ou seja, de fato,
reconhecermos que Ele sabe o que é melhor para nós. Nem sempre reconhecemos
esta verdade de coração, às vezes queremos lutar contra ela e queremos
condicionar Deus ao nosso pensamento quanto ao que deve ocorrer em nossas
vidas. Mas a humildade é submissão e aceitação do que Deus faz. E como são
maravilhosas as palavras do salmista no v. 6: “O Senhor
vela pelos simples; achava-me prostrado, e ele me salvou”. É um
privilégio ser considerado pelo Senhor como um simples ou pequenino neste
mundo, como é interessante o que Jesus diz em Mt 11.25 acerca da revelação do
evangelho: “Graças de dou, ó Pai, Senhor do céu e da
terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes
aos pequeninos.” Seja então grato ao Senhor pelo conhecimento que o
evangelho lhe concede de saber que Ele cuida de você
III – RECONHECENDO NOSSA DÍVIDA. “Que darei ao Senhor?”
O salmista deseja saber o que poderia fazer, tendo em vista ter sido tão
abençoado pelo Senhor. Você também tem uma dívida com Deus. Não falo aqui da
dívida do pecado original, essa foi paga por Cristo. Este pagamento lhe
concedeu um grande benefício, a salvação, além disso, se você aprender a olhar
corretamente para sua vida perceberá as demais bênçãos de Deus. O que você pode
fazer então para de alguma forma mostrar-se grato ao Senhor, o que você pode
dar ao Senhor? Faz-se necessário aqui então primeiro observar Rm 11 32-36: Porque
Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com
todos.
Ó profundidade da
riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a
mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para
que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são
todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Fico a me perguntar se
alguém que acredita que Deus está lhe restituindo algo seu por direito terá
verdadeira gratidão em seu coração. Acredito que não. Porém, a consciência de
nosso demérito nos leva a sermos mais gratos, e com gratidão verdadeira e
intensa. E diante disso, nada que possamos fazer poderá ser comparado ao que o
Senhor fez e faz por nós. Mas ainda assim há uma resposta à pergunta do
salmista, e ele mesmo a responde.
No v. 13 ele faz menção à participação da páscoa, quando os judeus
relembravam o livramento que o Senhor concedeu ao povo da escravidão no Egito.
Podemos até imaginar ele tomando o cálice em alegria juntamente com seus
compatriotas exaltando ao Senhor por tão grande bênção. Que darei ao Senhor?
Adoração é a resposta. Diante de tudo o que o Senhor lhe fez a sua resposta deve
ser de adorá-Lo. Aleluia!
Ande na presença do Senhor, v. 9. Aquilo que você tem que fazer é o que
há de mais simples e essencial na vida com Cristo, adorar e viver uma vida de obediência,
dessa forma você estará expressando verdadeira gratidão a Deus.
CONCLUSÃO
1 Ts 5.18: “Em tudo
daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
E essa gratidão se expressa na percepção correta da vida com Deus de modo que a
vivamos em obediência.
1 Comentários
Que a paz do Senhor Jesus continue abundante em sua vida. Muito bom a sua interpretação a cerca do Salmo 116.Deus continue abençoando sua vida e família.Seu conservo,irmão Davi Rodrigues,de Fortaleza - CE. Pb na AD Templo Central em Caça e Pesca.
ResponderExcluir