Salmo
138
Introdução: Este salmo foi escrito por Davi,
embora alguns comentaristas duvidam ser de sua autoria, mas todos admitem que
os pensamentos apresentados são de Davi. Parece que o original deste salmo está
registrado em 2 Sm 7.18-29 quando Davi agradece a Deus pelo Reino de
Israel e promessa de que sua descendência nasceriam reis.
É
um salmo de Ações de Graça! O salmista está cantando o poder e o amor de Deus a
ele concedido. Por meio de sua experiência tenta induzir outros ao louvor de
Deus.
GRATIDÃO
PELA FIDELIDADE DIVINA
I – DAVI DÁ GRAÇAS
A DEUS, PORQUE ELE OUVIU AS SUAS ORAÇÕES, V. 1-3.
V.1. “Render-te-ei
graças, SENHOR, de todo o meu coração; na presença dos poderosos te cantarei
louvores.”
Em sua expressão de gratidão Davi
declara que louvará ao Senhor de todo o seu coração na presença dos poderosos,
segundo a nossa tradução. No entanto o termo original é ELOHIM, que dependendo
do contexto tem o significado de “deuses”, “anjos” ou “reis”. Fico com a
tradução utilizada por Calvino que afirma ser referir a anjos. Isto porque o
povo de Deus ao reunir em assembléia solene para adorar a Deus está afastado do
mundo e sobe ao céu no desfrute da comunhão do Senhor juntamente com os anjos.
É por isso que o apóstolo Paulo falando sobre ordem e decência no culto em seu
contexto cultural diz que a mulher deveria trazer véu na cabeça em no momento
do culto público por causa dos anjos (1 Co 11.10).
Independentemente
de como se traduz ELOHIM fato é que o louvor à Deus esteve presente nos lábios
de Davi porque o senhor o abençoou. E aqui ele está no culto público.
Implicando para nós o dever de expressar publicamente nossa gratidão ao Senhor,
importa que o Senhor seja glorificado em todas as dádivas que Ele nos concede
pela Sua maravilhosa graça.
V. 2.
“Prostrar-me-ei para o teu santo templo e
louvarei o teu nome, por causa da tua misericórdia e da tua verdade, pois
magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra.”
A
menção que o salmista faz ao templo não é uma referência ao templo de Israel,
pois este ainda não havia sido construído. A melhor tradução segundo Calvino é
“mansão de tua santidade”, o Tabernárculo. Para nós Cristo é o santuário, Hb 8.2. Todo culto é feito através dele. Os olhos
dos adoradores devem estar fixados nele.
Davi faz menção ainda da
misericórdia divina e da verdade. Em Sua misericórdia Deus cumpriu o que lhe
havia prometido. O Senhor cumpriu suas promessas soberanas. Não poderia ser
diferente, pois é o Seu nome que estava comprometido, Ele é fiel e jamais volta
atrás em sua palavra. No cumprimento de seus propósitos o Seu nome e a sua
palavra estão acima de todas as coisas.
Se o Senhor coloca o Seu nome e a
sua palavra acima de todas as coisas, não podemos fazer menos do que buscar
glorificá-lo sempre em todo nosso ser assim como enxergar sua Palavra escrita
em toda sua autoridade prescritiva para nós.
V. 3.
“No dia em que eu clamei, tu me acudiste e alentaste a força de minha
alma.”
O
salmista agradece, pois o poder de Deus se manifesta em seu governo. É pela
força que vem de Deus que Davi governa ao povo de Israel. Quando mais se sentia
frágil, quando mais as condições que lhe cercava lhe oprimia o Senhor lhe
concedeu força para vencer. Foi resposta ao seu clamor. A resposta certa no
momento certo de da forma certa. Assim como ocorreu com Paulo (2
Co 12.8-9), que o Senhor respondeu à sua oração, mas não como ele esperava,
respondeu com a Graça necessária para suportar o espinho na carne no seu
dia-a-dia. Tanto em Davi quanto em Paulo vemos bênção de Deus e percepção da
reposta divina.
Que possa haver em cada um de nós o
discernimento de notar quando e como o Senhor tem, em fidelidade, respondido ao
nosso clamor.
II – OS REIS DEVEM
LOUVAR A DEUS, PORQUE ELE É GRANDE E AO MESMO TEMPO CUIDA DOS HUMILDES, V. 4-6
V. 4.
“Render-te-ão graças, ó SENHOR, todos os
reis da terra, quando ouvirem as palavras da tua boca.”
Aqui
Davi declara que os reis da terra ouvirão as maravilhas que o Senhor fez em sua
vida. Como fez-lhe subir ao trono de forma maravilhosa. E ele se propõe
evidentemente a ser um exemplo para os demais reis da terra. O alvo é que
outros reis adorem ao Senhor e descubram nele o poder para governar seus povos.
Outros reis precisam ouvir as palavras de Deus. O rei Davi anunciaria o bom
testemunho às nações à medida que estas fossem atraídas para a nação de Israel.
Era a forma de missão que Israel deveria viver.
No
que tange à igreja Hoje, a Igreja atrai e busca os perdidos, testemunhando a
eles da glória de Deus. Assim sendo uma das formas de realizar isto além da
evangelização por meio da proclamação da palavra de salvação é o lar de cada
cristão sendo modelo para a sociedade. Outras famílias cantarão a glória de
Deus através do nosso testemunho.
V. 5.
“... e cantarão os caminhos do SENHOR,
pois grande é a glória do SENHOR.”
Fica
implícito aqui o fato de que O Senhor não é apenas o Deus de Israel. Todos
os povos do mundo lhe pertencem. O seu poder se manifesta a todos.
V. 6.
“O SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os
conhece de longe.”
Davi faz referência às grandiosidade
divina, reconhece o quanto o Senhor está distante de sua criação no que diz
respeito à sua infinita superioridade, assim como é dito em Isaías 40.17.
“Todas as nações são como nada perante ele; ele as considera menos do que nada
e como uma coisa vã.” Contudo ele não despreza aquele que reconhece a sua
pequenez, e, em contrapartida, o soberbo também não deve se iludir, pois a sua
arrogância não está despercebida ao Senhor da Glória.
Assim
como o Senhor cuidou de Davi em todo a sua trajetória, eu o você podemos
vivenciar o cuidado divino e em face a esse cuidado sublime que todos nós
cantemos os caminhos do Senhor.
III – DAVI CONFIA
NO SENHOR INDEPENDENTEMENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS, V. 7-8.
V. 7.
“Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a
ira dos meus inimigos; a tua destra me salva.”
Literalmente
o futuro não preocupa o salmista. Ele confia plenamente na proteção do
Senhor. Mesmo se vier tribulações
ele sabe que é o Senhor quem está no controle. As circunstâncias adversas não lhe
afastará do Senhor, pelo contrário ele experienciará a restauração de qualquer
situação degradante. Mesmo se cercado por inimigos pode-se sentir-se firme
porque É o Senhor quem está com ele, logo não há razão para temer o que lhe
pode fazer o homem. Ele afirma então: “Em Deus tenho posto a
minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem”. (Salmo 56.11).
Que
não haja em nós insegurança nem quanto ao presente nem quanto ao futuro, pois
tanto um quanto o outro estão nas potentes mão do Senhor.
V. 8.
“O que a mim me concerne o SENHOR o
levará a bom termo; a tua misericórdia, ó SENHOR, dura para sempre; não
desampares as obras das tuas mãos.”
As
promessas de Deus são seguras, nunca falham. Pode ter soluções surpreendentes,
mas sempre serão em benefício de seus filhos.
O Senhor trabalha por nós (não para nós), ele é o Deus
vivo, o Deus que age em nossas vidas. E com certeza completará a sua obra que
iniciou. Nada a não ser o pecado e a ingratidão podem interromper o contínuo e
invariável tom da bondade de Deus em nossas vidas, ou seja, de usufruirmos as
bênçãos divinas.
Ele
completará sua obra. Deus não faz nada pela metade. No que tange à nossa vida
em Cristo, à nossa salvação Paulo escreve em Filipenses 1.6: “Estou plenamente certo de que aquele que
começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”.
Ele nos dá descanso em sua misericórdia. Perdoando-nos dos pecados, nos sustentando em meio aos sofrimentos, suprindo nossa necessidade. Que então confiemos no Senhor plenamente, mesmo que os momentos na lógica humana sejam os mais desfavoráveis.
Ele nos dá descanso em sua misericórdia. Perdoando-nos dos pecados, nos sustentando em meio aos sofrimentos, suprindo nossa necessidade. Que então confiemos no Senhor plenamente, mesmo que os momentos na lógica humana sejam os mais desfavoráveis.
Conclusão: Assim como Davi todos nós temos
uma história com Deus. Que possamos analisá-la, que possamos lembrar todas as
vezes que Ele respondeu às nossas orações, todas as dádivas alcançadas;
lembremos do quanto ele foi misericordioso para com cada um de nós, que a cada
ano passado não caia no esquecimento o que Ele já realizou em nossas vidas, que
as lições aprendidas estejam presentes. Que sempre lembremos que
independentemente do que venhamos a enfrentar o Senhor permanece fiel, pois a
sua fidelidade baseia-se no fato de que Ele não muda. Ele é fiel de eternidade
a eternidade. Portanto, em tudo isso a gratidão seja uma constante em nossos
corações.
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