Introdução
É
de conhecimento comum de todo cristão o nosso dever de orar, Jesus enfatizou
sobre isso (Lc 18.1). A oração se destaca como uma prática fundamental da vida
cristã. Aproximamo-nos de Deus inicialmente na vida cristã em oração de arrependimento.
Devemos orar todos os dias para que o SENHOR nos livre das tentações, devemos
interceder para que o SENHOR esteja salvando vidas, devemos orar acerca das
questões práticas do nosso dia a dia como por exemplo decisões a serem tomadas.
Nossa oração não pode ser algo meramente formal, destituída de vitalidade, todo
nosso ser deve estar presente.
Proposição:
Toda oração sincera, profunda, marcante é proveniente de uma circunstância
motivadora incomum.
Elucidação
Já
tivemos a oportunidade de refletir sobre como Jonas, que era um profeta do século
VIII, do período de rei Jeroboão II em Israel, foi chamado por Deus para pregar
a um povo por quem os judeus sentiam uma antipatia acentuada naquele contexto.
Vimos então a desobediência do profeta diante desse chamado, as consequências
dessa desobediência, e antecipamos que quando ele obedece é ainda de forma
relutante. Mas nesse ínterim encontra-se o texto que hora iremos refletir.
Jonas está no ventre de um peixe. Três dias como menciona o v. 17 do cap. 1. E
ora ao SENNHOR diante daquela situação tão incomum.
O
texto que traz essa oração assume a forma típica dos salmos de livramento ou de
gratidão:
1. Uma petição por
libertação (v. 2);
2. Uma revisão da
crise (vs 3-6 A);
3. Uma revisão da
libertação (vs 6B – 7);
4. Louvor pela
gratidão (vs 8-9).
Seguiremos
então essa estrutura do texto para meditarmos nessa oração de gratidão.
I – A petição por libertação, v. 2.
Jonas
declara de início que se encontrava em uma situação desesperadora. De fato, sua condição era incomum, estava dentro
de um peixe, em um estado em que o suco gástrico ainda não tinha lhe causado a morte,
mas isso não demoraria a acontecer. Mal podemos imaginar como ele estava se
sentindo naquele momento.
Um
pescador de lagosta norte-americano (Michael Packard, 56 ano) passou por uma
experiência interessante, foi engolido por uma baleia Jubarte (mede cerca de 16
m e pesa até 40 toneladas). Ele relata:
"De
repente, senti um enorme empurrão e a próxima coisa que percebi era que tudo
estava completamente escuro. Eu podia sentir que estava me movendo, e
podia sentir a baleia se apertando com os músculos de sua boca.
"Pensei comigo mesmo: 'Não há como eu sair
daqui. Acabou, estou morto.' Só conseguia pensar nos meus meninos, eles têm 12
e 15 anos." (https://noticias.r7.com/hora-7/homem-e-totalmente-engolido-por-baleia-jubarte-durante-mergulho-1406).
Esse
pescador ficou no máximo 40 segundos dentro da baleia e ela o cuspiu fora.
Imagine alguém ficar 3 dias.
Não
há uma descrição bíblica de que tipo de peixe era aquele, então fica-se no
terreno da especulação. Poderia ser um peixe que fora criado por Deus
unicamente para aquela finalidade, poderia ser uma baleia, como nas histórias
que são contadas para as crianças (aliás, baleia não é peixe, é mamífero, mas
esse não era um conhecimento daquela época). O foco aqui é na situação sem
saída que ele se encontrava.
A
oração constitui a parte mais íntima de nosso relacionamento com o SENHOR, mas podemos
refletir que há pontos em comum a todos nesse quesito.
Como
vimos Jonas estava tomado de angústia, desespero. É justamente quando de forma
clara não há perspectiva humana de ação nenhuma, quando todas as possibilidades
se esvaem que clamamos a Deus de modo mais intenso. São nos momentos mais
críticos que nossas orações também são mais sinceras. Isso acontece porque de fato
estamos diante do último recurso. Para nós que estamos em Cristo não se
trata do desespero dos que vivem sem esperança, sem Deus neste mundo, mas do
exercício de nossa plena confiança no SENHOR.
II – A revisão da crise, v. 3 – 6 a.
Ao escrever sobre esse momento de sua vida tempos depois, Jonas lembra
quando foi jogado ao mar. Faz isto enxergando com os olhos espirituais aqueles
acontecimentos. Embora tenham sido os marinheiros, ainda que a contragosto
tenham jogado ele ao mar, ele atribui a Deus por conta do reconhecimento da
soberania divina (v.3). Ele sabia que não eram circunstância ocasionais aquelas
que ele vivenciou, a tempestade fora enviada pelo SENHOR, estava agora no mar
afundando porque o desobedeceu deliberadamente, estava vivendo A CONSEQUÊNCIA
DE SEUS PECADOS.
Que possamos lembrar que o SENHOR pode
nos lançar nas profundezas de uma mar agitado para enxergarmos a profundidade
de nossa desobediência. Tenha uma perspectiva espiritual dos
eventos que acontecem em sua vida, não são a toa, perceba a mão de Deus,
perceba seu propósito no que acontece.
Como judeu que valoriza o Templo como o local da presença divina Jonas
expõe que naquele momento que isso lhe veio à mente. A tradução NVI trás em formar
de afirmação no v. 4 “contudo, olharei de novo para o teu santo templo.”
(v.4); a ARA em forma de pergunta: “tornarei, porventura, a ver o teu
santo templo?” (v.4). Pelo momento vivenciado por Jonas acredito que foi
uma indagação. De qualquer modo a ênfase está mais no fato de que ele sentia-se
distante do Templo, que não mais vivenciaria aqueles momentos alegres na
presença do SENHOR.
Nos versículos 5 e 6 ele detalha aquele momento quando estava afundando
no mar, as algas marinhas lhe enrolando na cabeça, a certeza de que acabou para
ele, chegou o seu fim.
Talvez você ou alguém que esteja acompanhando pense em algum momento que
já é o fim. Não é o fim até que Deus tenha determinado que o seja; tanto com
respeito à vida quanto a qualquer outra questão em nossas vidas.
III – A revisão da libertação, 6b – 7.
“Mas
tu trouxeste a minha vida de volta da sepultura, ó SENHOR, meu Deus!” (v. 6).
Apesar
de longe do Templo ele experienciou que a oração não depende de lugar, transpõe
a geografia, transpõe também a impossibilidade. É nesse momento que ele é engolido
pelo peixe. Tal evento é livramento do SENHOR, ele estava prestes a morrer
afogado, mas de modo milagroso o SENHOR preparou aquele peixe não apenas para
mantê-lo vivo, mas também para levá-lo até uma praia próxima. Claro que no
ventre do peixe ele ainda pensava que iria morrer, ainda estava vivo, e orava
ao SENHOR. E aprendeu uma grande lição - Não
há situação que DEUS não tenha solução.
Perceba
que Deus poderia ao tê-lo livrado, ter levantado outro profeta para ir a Nínive,
continuaria sendo justo e santo se assim agisse. Entretanto manifesta aqui não
apenas seu poder, como também sua graça e sua bondade. Note você então que
diante daquilo que muitas vezes te parecia impossível o soberano SENHOR veio em
teu socorro! Tudo isso apesar de você não merecer! Quão bondoso e gracioso Ele
foi e tem sido para contigo!
Seja
qual for a circunstância considere a eficácia da oração. “Assim,
aproximemo-nos do trono da graça com toda confiança, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude nos momentos da necessidade”
(Hb 4.16).
Por
fim, ele declarou seu louvor ao SENHOR pela libertação recebida.
IV – O louvor pela libertação, v.8-9.
Jonas
tinha conhecimento da misericórdia divina, v.8. Essa parte conclusiva do texto
reflete o momento pós-livramento. Jonas expressa gratidão pelo o que o SENHOR
fez.
Devemos
lembrar que ele escreveu o livro para que os judeus pudessem ler e tomar lição
para suas vidas. O mais provável é que
seus contemporâneos judeus estivessem em sua mente nesse momento, não simplesmente
os idólatras de nações pagãs. A mensagem de Jonas é: olhem o que aconteceu
comigo, não confiem em si mesmos, não confiem nos ídolos de seus corações. Não confiem nos “deuses” pagãos. Ele
entende que quem vive na idolatria desconhece o amor de Deus, sua graça, sua
misericórdia, toda sua bondade. A palavra misericórdia (HESED) nos faz lembrar que
merecemos punição, mas que o SENHOR não efetua cabalmente. Por sua
desobediência ele merecia a morte, entretanto expressa gratidão pelo livramento.
Ele sabe que seria idolatria esperar por livramento de qualquer outra parte.
Que
no momento mais extremo, mais difícil de sua vida esteja sempre pondo sua
confiança no SENHOR! Apenas Nele!
Jonas chega a fazer promessas ao SENHOR: “Com um cântico de gratidão, oferecerei sacrifícios
a ti, o que eu prometi cumprirei totalmente” (v.9). Aqui é algo semelhante
ao compromisso que costumamos assumir quando nos comprometemos em ofertar um
culto de gratidão ao SENHOR!
E
agora ele expressa umas das frases mais belas e mais profundas de toda a
Bíblia: “A salvação vem do SENHOR”.
UM EXCELENTE RECONHECIMENTO DO PODER E DA BONDADE DIVINA. Reconhece o poder do
SENHOR por não haver situação que Ele não possa mudar, por mais humanamente desesperadora
que possa ser! Reconhece também no sentido de que estar no âmbito do direito
divino. Jonas dizer isso é o mesmo que dizer que Ele salva quem quer e quando
quer! Ele está fazendo uma livre citação do dos Salmos 3.8 e 37.39. E já aqui
demonstra o entendimento de que O SENHOR SALVA O JUDEU E TAMBÉM ESTÁ EM SEU
DIREITO SALVAR OS NINIVITAS.
Aplicando
esse texto para além dos livramentos dos perigos diários, para a questão da salvação
eterna, tenha cuidado para não estar sendo seletivo considerando que a Palavra de
Deus deve ser pregada a uns e a outros não! Ao SENHOR pertence a salvação,
não há coração que Ele não possa quebrantar, não há pecador quem não necessite
ouvir o seu santo evangelho!
Finalmente
no v. 10 Deus faz com que o peixe vomite Jonas em uma praia distante de Nínive,
dando a Jonas uma nova chance de obedecer à sua voz.
Conclusão
1. Você serve a um
Deus que te ouve, que responde graciosamente às tuas orações! Não cesse de clamar
ao SENHOR!
2. Por fim, Jesus faz
referência ao sinal de Jonas.
Levando em consideração o texto que estamos abordando e lembrando que o sinal
de Jonas é o evento profético que aponta para os três dias em que Jesus esteve
morto, e assim como Jonas foi salvo o Senhor Jesus haveria de ressuscitar.
Diante do exposto, em que Jonas ora tão intensamente ao SENHOR, ficam para
aqueles que estão diante desse sinal, ao perceberem sua realidade espiritual
desesperadoramente também orarem ao SENHOR de todo coração reconhecendo que “A
salvação vem do SENHOR”. Ainda há esperança para você! Entregue sua vida a
Cristo em confissão de pecados!
1 Comentários
Glória a Deus!!!
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