Introdução
Para que estejamos nos situando no
texto façamos um breve resumo do relato anterior.
Depois da morte de sara, Abraão toma
providências para que seu filho Isaque viesse a contrair matrimônio dentro da
família da aliança, por isso envia seu servo para buscar uma esposa para ele
entre seus parentes (cap. 24). Todo esse relato demonstra a soberania do Senhor
sobre a vida e como devemos fazer nossas escolhas com relação ao matrimônio
para que sejam de acordo com a vontade do Senhor. Não apenas tudo foi feito em
plena harmonia com os propósitos de Deus como também havia verdadeiro amor entre
Isaque e Rebeca.
Os versículos que nos propomos a analisar
neste momento nos mostra dentre tantas coisas que mesmo pessoas sensatas podem
ter presentes em sua vida um pouco de insensatez. Queremos refletir neste texto
sobe essa perspectiva.
I – a insensatez de Isaque e Rebeca,
v.27-28.
Isaque e Rebeca era um casal bastante
abençoado pelo Senhor. Percebemos na história deles um afeto sempre presente.
Foi um casal monogâmico, não há nenhuma indicação bíblica de Isaque tenha se
relacionado se relacionado com outra mulher. Embora Rebeca fosse estéril Isaque
orou ao Senhor como nos mostra o v. 21, para que viessem a ter filhos. Ele
sabia da promessa divina, mas conhecer a promessa do Senhor não implica deixar
de orar para que tais promessas se cumpram. A gestação de Rebeca não parece ter
sido fácil, como fica indicado pelo v. 22, mas é dito a ela que duas nações
lutavam em seu ventre, v. 23. Ela daria luz a dois homens que seriam patriarcas
de dois povos. No entanto, o texto deixa claro que o mais velho servirá ao mais
jovem. Aprouve ao Senhor em sua soberania escolher a Jacó e rejeitar Esaú.
E aqueles meninos cresceram bem
diferentes um do outro. Desse modo, parece algo natural que seus pais se
afeiçoem particularmente por cada um deles. No entanto, essa predileção
exclusiva revela também um certo grau de insensatez, pelo menos na forma como
essa predileção se manifestou. O texto parece demonstrar que ambos por terem
seus filhos prediletos estavam sendo negligentes em dar ao outro, ao não
predileto, a devida medida de amor, cuidado e ensino.
É até natural que os pais que tenham vários filhos
um deles lhe seja predileto, no entanto, não justifica a ausência de atenção
aos demais, caso isto ocorra poderá haver prejuízos familiares como estava
havendo naquela família.
II – A insensatez de Jacó, 29-30.
Sabemos que Jacó foi o escolhido
pelo Senhor para ser o primogênito de fato e de direito. Com certeza sua mãe
lembrava bem da promessa do Senhor nesse sentido, e é evidente que Jacó queria
isso para sua vida, devido às vantagens que teria. Embora Jacó fosse o eleito
de Deus para ser o herdeiro da promessa isso não valida a forma como ele agiu. Jacó
agiu de uma forma moralmente errada. Ele aproveitou-se de um momento de
fragilidade de seu irmão para om benefício próprio. Embora fosse ele o
escolhido de Deus para de sua descendência vir o Messias, e também dele uma
grande nação, não há justificativa moral para o seu ato. Ele foi não apenas
insensato, mas maldoso em seu procedimento. Se Deus o abençoou posteriormente
apesar de suas atitudes erradas é porque a promessa do Senhor com relação à
aliança era unilateral, não dependia de Jacó.
Para a cultura brasileira parece que
ele foi ‘esperto’, haja vista que em nosso país enraizou-se a chamada “lei de
Gérson”, ou seja, não importa o que aconteça aos outros, o importante é que eu
esteja me dando bem. Infelizmente tantas pessoas agem dessa forma.
Há crentes trapaceiros hoje á
semelhança de Jacó? Como podemos medir a honestidade de nosso povo? Há um
problema moral muito grande quando vemos pessoas usarem meios ilícitos para sua
subsistência colocando uma roupagem gospel. Tudo isso não está longe de nós, é
só observarmos a quantidade de pessoas que se dizem evangélicas e ao mesmo
tempo está presente no comércio de cds
e dvds piratas. Supostos cristãos que
vendem produtos no metrô mesmo sendo proibido por lei. E você minha irmã, já
trapaceou alguma vez? E você jovem? E você meu irmão?
III – A insensatez de Esaú, v.32-34.
O quadro que esses versículos
mostram de Esaú é de um homem leviano. Segundo o dicionário Aurélio “leviano” significa quem julga de leve,
pouco refletido, precipitado, imprudente, namoradeiro e inconstante. Hebreus
12.16 ainda acrescenta que ele era uma pessoa profana e impura. Isto significa
que ele não valorizava devidamente as dádivas divinas.
O texto nos mostra que Esaú voltava
de uma cassada, devido sua momentânea condição física, devido à fome que estava
sentindo; mas, devido também ao seu caráter impuro desprezou o seu direito de
primogenitura. Ora, o primogênito era o herdeiro principal da família, herdava
duas vezes mais do que outros filhos. Se o casal tivesse apenas dois filhos, o primogênito
herdaria tudo. Mas também herdava a responsabilidade de ser o protetor da família.
Na família da aliança essa herança incluía a promessa de Deus a Abraão de uma
descendência na terra que abençoaria todas as nações. Era considerada,
portanto, como uma bênção que não poderia ser desprezada. Poderia até ser
vendida, mas Esaú trocou por um preço desprezível, um prato de lentilhas.
Muitas pessoas atualmente poderão
estar agindo como Esaú, pensam no benefício presente, no prazer momentâneo, e
esquecem do dia de amanhã e da vontade divina para sua vida. Trocam então em
termos existenciais “a primogenitura pelo prato lentilha”, isto é, desprezam a
Deus, à Sua vontade, aos seus padrões para as nossas vidas. A insensatez está
na estupidez de comparar algo tão excelente com a mediocridade que este mundo
pode oferecer.
Sempre que alguém se afasta dos
caminhos do Senhor para priorizar uma vida nos prazeres mundanos está trocando
a primogenitura por um prato de lentilha. Cuidado jovens! Vocês são
especialmente tentados a isso. Não cedam, não vale a pena!
Conclusão
Você consegue enxergar alguma
insensatez na sua vida? Talvez não seja fácil, como certamente Isaque e Rebeca
não percebiam que acabavam excluindo um dos filhos ao dar atenção excessiva ao
seu preferido.
Nunca tome decisões importantes
quando estiver de alguma forma debilitado física e ou emocionalmente, seja
sensato!
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