O casamento é um estado honroso. Ele
foi instituído por Deus para a felicidade do ser humano. Devemos orar
fervorosamente, pedindo a orientação de Deus para esta decisão vital da vida.
Os pais devem aconselhar cuidadosamente seus filhos acerca deste importante
assunto para que sejam bem-sucedidos. O casamento pode ser um canteiro
engrinaldado de flores ou um deserto árido; pode ser uma fonte de alegria ou um
poço de amargura; pode ser um antegozo do céu ou o prenúncio do tormento do
inferno, tudo isso dependerá de quem escolhemos para compartilhar nossa vida e
de nossa visão de casamento, de como encaramos este compromisso.
Atualmente o casamento está sendo
ameaçado por muitos inimigos. O homem contemporâneo está banalizando essa
sacrossanta e vetusta instituição divina. Faz-se mais apologia do divórcio do
que acerca do casamento. Os casamentos mais decantados e badalados pela
imprensa estão ruindo antes mesmo de lançar suas raízes. Multiplicam-se os casos
de infidelidade e o número de divórcios. Poucos casais estão dispostos a
enfrentarem juntos os desafios da vida e vencerem as crises próprias da vida
conjugal.
O casamento é algo complexo, desejo
então lhes falar de alguns fatores práticos que contribuem para a felicidade no
casamento. ALGUMAS DICAS DO QUE VOCÊS PODERÃO ESTAR FAZENDO PARA MANTER UM RELACIONAMENTO
FELIZ.
I – VIVAM A FIDELIDADE CONJUGAL
Nenhum relacionamento pode se manter
estável sem um compromisso que esteja abarcando toda a estrutura das pessoas
envolvidas. Amizades não se manterão por um longo período se houver
desconfiança, e se houver motivos reais para tais desconfianças. No
relacionamento conjugal isso é mais acentuado ainda. Vivemos em uma época em
que a infidelidade é vendida nos produtos culturais de massa como cinema e TV
como sendo uma coisa interessante, uma aventura que deixará as pessoas se sentirem
mais vivas. No entanto, tudo isso é uma grande ilusão. Tais aventuras trarão
como resultado a destruição, o sofrimento, a dor e todo tipo de coisas
semelhantes. Somente o relacionamento em fidelidade produz verdadeira
satisfação na convivência diária. A fidelidade conjugal é algo pelo qual ambos
cônjuges devem lutar com igual intensidade. Gostaríamos então de propor algumas
ideias para que o combate pela fidelidade conjugal possa ser algo frutífero.
a)
Evite amizades extremamente íntimas com pessoas do sexo oposto que não seja o
seu parceiro conjugal.
A palavra de Deus nos ensina a fugir
da tentação. Aproximação excessiva com o sexo oposto poderá estar trazendo
momentos de tentação. Deve haver cautela, pois em amizades onde não há
vigilância poderá surgir algum tipo de atração.
b)
Satisfaça seu cônjuge em todos os âmbitos: sentimental, sexual, etc.
Viva seu relacionamento pensando o
que você pode fazer de melhor para que seu cônjuge esteja se sentindo realizado
neste convívio.
Dentre tantas coisas que podem ser
feitas, o marido deve investir no afeto, nas formas de manifestação do afeto.
Quando o marido manifesta seu afeto para com sua esposa está lhe transmitindo
que ele cuidará dela, se importa com suas dificuldades. Uma dica é manter o
mínimo do romantismo, pois muitos gestos simples comunicam mais do que
palavras, então seja atencioso, seja cavalheiro, diga-lhe que a ama, e por
favor, nunca esqueça a data do casamento.
E
a esposa deve procurar manter-se bela e atraente para seu marido. A realidade é
que isso é importante e será fundamental para uma vida sexual prazerosa, que é
um dos pilares do relacionamento.
c)
Esteja vigilante contra as tentações contemporâneas do mundo virtual.
Se o casal está determinado a lutar
por uma vida baseada no amor em consonância com os princípios bíblicos para o
lar deve atentar para esse perigo contemporâneo. Infelizmente a internet criou
uma nova modalidade de infidelidade, as pessoas começam trocando mensagens, que
evoluem para confidências, logo entra no reino das fantasias sexuais, e quando
menos se espera já não há mais controle sobre a situação. Este é um perigo que
tem ameaçado muitos relacionamentos.
Nunca permitam que o seu casamento
seja assolado por esse mal, estejam vigilantes, valorizem o relacionamento que
o Senhor lhes concedeu.
II – SE COMUNIQUEM DE FORMA CONSTANTE E
SINCERA
Problemas surgem em todo e qualquer
relacionamento. É vivenciando os conflitos que nós amadurecemos, que crescemos
enquanto seres pensantes, enquanto seres que vivenciam constantemente a
inescapável necessidade de tomadas de decisão. A solução para o casamento feliz
não é desejar um relacionamento que nunca passe por conflitos; isso é uma
utopia. Os conflitos virão com toda certeza, no entanto, o fundamental é a
predisposição de encontrar soluções que estejam contribuindo para que o
relacionamento prossiga avante. Para que isso ocorra é necessário um
investimento de tempo, de autorrenúncia e uma postura humilde, sem essas atitudes
não poderá haver uma comunicação sincera. Para que tenhamos casamentos felizes
é necessário o diálogo constante, dedicarmos tempo para o cônjuge, para ouvir
suas necessidades, suas queixas, suas expectativas.
A autorrenúncia é necessária porque
não podemos ter uma comunicação frutífera se quisermos impor nossas razões. Precisamos
reconhecer nossos erros. Saber reconhecer quando erramos é uma postura humilde,
deve-se somar a isso a valorização do outro em seus acertos.
O diálogo então se torna
imprescindível para um casamento feliz. Não apenas o diálogo na tentativa de
resolução de problemas, mas os momentos singelos das conversas, que são em si
mesmas fortalecedoras do relacionamento. O prazer de estar com o outro,
conversar com o outro. Não permita que com o passar do tempo isso seja perdido.
III – COMPREENDAM AS QUALIDADES E
DEFEITOS DO OUTRO
Na convivência passamos a conhecer
melhor a pessoa com quem compartilhamos nossa vida. Esse conhecimento é gradual
e constante. Sempre poderemos nos surpreender, sempre haverá algo mais a ser
conhecido. É também oportunidade de nos conhecermos melhor a partir do olhar do
outro. O marido pode se conhecer melhor a partir do julgamento da esposa acerca
de sua pessoa, o mesmo vale para a esposa. No relacionamento conhecemos
defeitos de nossos cônjuges que mais ninguém conhece. Mas que possamos
centralizar-nos nas qualidades. Não significa negarmos os defeitos, as
limitações de nossos cônjuges, mas significa valorizar o que nossa pessoa amada
tem de melhor. É necessário então compreensão, sentimento de empatia. Não pode
haver harmonia na vida a dois se não houver a real valorização mútua. Portanto,
elogie sua pessoa amada, seja realista nos elogios, seja afetuoso nos elogios.
Enalteça as qualidades não os defeitos.
CONCLUSÃO
Tudo isso só é possível com a presença do amor no relacionamento. Em 1
Co 13.4-7 diz: “O amor é paciente, é
benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se
conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não
se recente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”.
Percebam então que:
1. O
amor nos ajuda a mantermos a fidelidade, sem amor não haverá fidelidade. Quando
o amor é real e verdadeiro os cônjuges não estarão buscando seus próprios
interesses, mas estarão lutando para fazer o outro feliz.
2. É
o amor que pode fazer que sejamos sinceros no casamento. Sem sinceridade, sem o
regozijo com a verdade o casamento não se sustenta de modo harmonioso.
3.
Quem ama verdadeiramente buscará suportar os defeitos da pessoa amada, pois o
amor tudo sofre, tudo suporta.
Referências
¹PINHEIRO,
Daniela. Trair e teclar é só começar. Veja, 25 de janeiro de 2006, p. 76-83
SANTOS,
Valdeci da Silva. A luta cristã pela fidelidade conjugal: Um matrimônio digno
em uma sociedade adúltera. Fides Reformata XI, Nº 1 (2006): 9-23.
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