ORAÇÃO NOS TERMOS BÍBLICOS – Mt 6.9-15



(Um estudo bíblico do Pastor Jádison Eliaquim da Silva, editado pela minha pessoa). 1ª Parte



Introdução: A oração é uma das práticas mais comuns na igreja evangélica. No entanto, como doutrina, é pouco estudada, conhecida. Isso tem resultado uma pratica da oração com pouca eficácia, ou seja, ora-se muito, mas são poucos os resultados que vem dessas orações. A oração nos dias atuais, na maioria das vezes tem sido uma prática litúrgica ou um canal pelo qual conseguimos as coisas para o nosso bel-prazer. A prática da oração dessa forma, ao invés de resultar em bênção, resulta em enfraquecimento espiritual e quebra a comunhão. Mas se observarmos a Palavra de Deus, veremos que ela nos ensina eficazmente como obtermos uma vida de oração e de resultados reais, contundentes. É o que veremos a partir de agora.


I – DEFININDO ORAÇÃO

           Devido á variedade de aspectos, a oração não é fácil de ser definida, mas se acuradamente observarmos suas várias facetas, é possível chegarmos a duas definições: a de sentido geral e a de sentido essencial.
a) No sentido geral: é a comunicação pessoal com Deus.
b) No sentido essencial: oração é o meio pelo qual os cristãos misticamente, pelos méritos de Cristo, pode entrar na presença de Deus a fim de manter comunhão com ele, através da qual o Espírito Santo produz a verdadeira obediência, que por sua vez nos capacita a usufruir das bênçãos reservadas por Deus para os santos.
           “A oração é um ato da alma, mediante o qual nos pomos sob os cuidados de Deus” Norman Champlin.
           Explicando a definição por partes:
É o meio – é o instrumento e a forma. Hb 4.16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.
Misticamente – num estágio espiritual em que os sentidos físicos não são capazes de detectar. “Esta comunicação se dá entre o Espírito do homem e Deus”, embora ele use a mente e a voz para se expressar.  “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).
Pelos méritos de Cristo – Esse acesso a Deus só é permitido ao homem pela morte e obediência substutiva de Cristo, imputadas ao homem. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Fp 2.5-8.  “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” Rm 5.19
A fim de – com o objetivo, com o propósito.
Manter comunhão pessoal - Relação amigável entre a pessoa de Deus e a pessoa do homem que resulta na absorção do caráter divino pelo homem. “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” 1 Pe 4.7. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (II Co 6.14).
Através da qual – através dessa comunhão o Espírito Santo produz a verdadeira obediência, que é o desenvolvimento da natureza moral ou do caráter divino em nós. (I Jo 4.16; Ef 5.8-9).
O Espírito Santo produz – Ele age através da comunhão levando o cristão à submissão por amor aos mandamentos divinos.
Que por sua vez – A obediência verdadeira, consequentemente, capacita o cristão a receber segundo o plano de Deus para sua vida, as bênçãos reservadas aos santos. (Jo 15.7; Sl 37.4; 84.11). Ao vivermos a obediência verdadeira estaremos em condições de usufruir as bênçãos divinas, o desejo do nosso coração então estará conforme a vontade do Senhor.


II – ORAÇÃO, DEVER DE TODO CRISTÃO

           O termo orar, segundo o texto no original grego está no imperativo, logo, é um mandamento. Portanto, orar é um ato de obediência a Deus, tanto quanto não orar é um ato de desobediência a Deus e, consequentemente, pecado.


III – O PRINCÍPIO QUE REGE A ORAÇÃO

“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33)
           Há um princípio bíblico que se constitui um dever para nós e que deve reger nossa vida espiritual, desse modo também no concerne à oração devemos observar esse princípio, que é: buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça.
“Buscai em primeiro lugar...” Antes de tudo, dos nossos interesses pessoais e qualquer coisa.
o reino de Deus...” Os interesses de Deus, o desenvolvimento de sua obra, as coisas espirituais devem ser nossa primeira dedicação.
“e sua justiça...” Sua santidade, sua retidão, ou seja, devemos nos dedicar antes de tudo ao reino de Deus e à nossa santificação.
           É por causam desse princípio que o a oração, na Bíblia, é sempre acompanhada da Palavra e da obediência.
Vejamos alguns textos:
Mt 7.7-12 -  Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á. Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. Jesus fala da oração e no final faz menção de uma lei divina, a da semeadura, e depois cita que isto está na lei e nos profetas – a Palavra.
Mt. 6.9-15 – Jesus nos dá um modelo de oração e depois faz menção do mandamento menos simpático aos homens – perdoar.
João 15.7-16 – No verso 7 ele faz menção de que é preciso ser salvo e depois verdadeiramente obediente à Palavra. Desse modo a oração poderá ser pura e, consequentemente ouvida. No verso 16 ele menciona que o fruto deve permanecer com o propósito de termos a oração respondida.
           Que fruto é esse? Os versos 10, 12 e 13 respondem a essa pergunta. Trata-se de uma vida cheia de Espírito, ou seja, vivida na obediência ao Senhor por amor. Isto está em consonância com Gl 5.22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade...”
           Se de fato a salvação é a coisa mais importante de sua vida, invista primeiro na sua moradia futura. Coloque como prioridade em sua vida a busca ao Senhor, que isto seja o seu alvo por meio da oração.
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3.1).



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