INTRODUÇÃO
É
importante que reflitamos como contemporaneamente tem sido o relacionamento dos
membros das comunidades de fé com seus líderes, de modo especial com aqueles
que são responsáveis pelo cuidado pastoral. O entendimento bíblico do
relacionamento entre liderança e ovelhas é necessário para que possamos estar
mais seguros de estarmos agradando ao SENHOR.
I – OS LÍDERES DEVEM ENTENDER A AUTORIDADE DE SUA
LIDERANÇA.
a) em que ela
consiste.
É uma autoridade espiritual concedida pelo SENHOR. Sua autoridade foi dada pelo SENHOR. É Deus quem constitui pastores para Sua igreja, quem estabelece autoridades que é em si mesma é espiritual.
Na
Palavra de Deus não vemos nenhum tipo de liderança espiritual da igreja de
Cristo como sendo déspota. O Apóstolo
Paulo muitas vezes vai se colocar como servo do povo de Deus. Os líderes não
são os donos das igrejas, muito pelo contrário, só exercem liderança em função
de servir a Deus servindo à igreja. Ao mesmo tempo o líder que SENHOR
constituiu deve estar cônscio da autoridade da qual está revestido, ou seja,
não pode permitir que sua liderança seja manipulada.
Jesus
é nosso exemplo máximo de liderança e certamente ele tencionava que seguíssemos
seu exemplo: “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o
sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis
lavar os pés uns dos outros” (Jo 13.14, 15).
É uma autoridade que de modo
prático abrange vários serviços. Podemos dividir a autoridade
pastoral em três áreas: ensino bíblico, proteção contra as falsas doutrinas e
supervisão.
a) A
responsabilidade pelo alimento espiritual das ovelhas é do pastor (Atos
20:28; Efésios 4:11-12; 1 Tessalonicenses 5:12; 1 Pedro 5:1-4). É
ele quem deve se responsabilizar pelo o que será ensinado e por quem no contexto
da igreja local (1 Co 14.29).
b)
No âmbito da proteção do cuidado pastoral deve o líder a proteger suas ovelhas
dos falsos ensinos (Atos 20:28-31; 1 Coríntios 14:29; 1 Timóteo 4:1-6; Tito
1:9-13). É nesse aspecto que fundamenta-se alguma proibição de participação de
reuniões onde a Palavra pode estar sendo distorcida.
c) Também
cabe ao pastores a supervisão de todo o trabalho da igreja (Atos
20:28; 1 Tessalonicenses 5:12; 1 Pedro 5:1-2). Tudo o que acontece na comunidade deve estar sob a supervisão
do pastor, evidentemente que para isso ele deve trabalhar com delegação de
autoridade.
II – O LÍDER (PASTOR) DEVE CUIDAR DAS
OVELHAS DO SENHOR.
O
amor às ovelhas deve estar fundamento no seu amor a Cristo. Quando
Jesus ressuscitou e apareceu aos discípulos para dar-lhes instruções finais e
naquela ocasião teve a importante conversa com o apóstolo Pedro, lhe fez uma
interessante pergunta: “Tu me amas?” (Jo 21.16 e 17). A prerrogativa
para a restauração espiritual e emocional de Pedro e consequente confirmação de
seu ministério não era ele ser eloquente (coisa que não era, aliás), não era
ser corajoso (embora isso seja importante em um ministério), e também não era
ele amar as ovelhas mais do que tudo. Na pergunta de Jesus está implícito “o
que tu amas mais do que tudo?”. Não deveria ser a própria segurança, o
próprio conforto, jamais o reconhecimento, os aplausos das pessoas. Quando
Pedro confirmou o seu amor a Cristo e a imperfeição desse amor é que Jesus lhe
disse: “Apascenta minhas ovelhas” (v.17).
É
por amor ao Senhor que o líder deve exercer o seu serviço. Este amor ao senhor
da igreja está vinculado ao amor àqueles por quem Cristo deu sua vida.
E como deve ser esse
cuidado? Quem foi chamado a exercer algum tipo de cuidado de
ovelhas nunca poderá esquecer quais são as necessidades das ovelhas. Já mencionamos
o cuidado para com as ovelhas por meio da fiel pregação da Palavra e da
proteção contra as heresias.
A relação do pastor com as ovelhas é algo pessoal, a longo prazo, discipular, as ovelhas de fato devem sentir-se amadas pelos seus líderes. As ovelhas muitas vezes se encontram feridas, necessitam de alguém que demonstre amor, atenção, que sua presença seja bálsamo para suas feridas. Quem ama ao Senhor e foi chamado para qualquer tipo de ministério demonstrará o seu amor ao Senhor com o seu amor aos seus irmãos que estão sob seu cuidado.
Uma liderança não pode se déspota, 1 Pe
5.3. Infelizmente
ocorre que há alguns líderes que a preocupação deles não é com o bem-estar das
ovelhas, e por isso exercem seus supostos ministérios de modo autoritário,
assim entendem que na igreja quem não concordar com eles que saiam. Nessas igrejas são usadas expressões do tipo: “Não
toque no ungido do Senhor”; quem discorda da liderança é dito em algumas
que “está fora da visão” ou que está “em rebeldia contra Deus”.
Esta
é uma postura de total discordância com a verdade bíblica acerca do povo de
Deus e seu relacionamento com seus líderes.
III – A IGREJA DEVE ENTENDER SUA RESPONSABILIDADE PARA
COM SEUS LÍDERES.
1- ser submissa.
“Obedecei aos
vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como
quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque
isto não aproveita a vós outros” (Hebreus
13:17).
A
igreja deve obedecer aos pastores como reconhecimento de sua autoridade espiritual,
nunca por medo, mas por entenderem que eles têm um trabalho de cuidado
espiritual para com suas vidas. O texto mostra que a forma como igreja trata os
pastores irá refletir no ânimo dos mesmos nas tarefas que devem ser feitas.
Tal
submissão deve ser apenas para os verdadeiros pastores, a igreja não deve se
submissa a falsos profetas ou quem está cometendo algum tipo de abuso
espiritual.
2. Entender que são
pecadores.
“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé,
o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a
afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2).
Embora os pastores devam ser vistos como exemplos
não pode o cristão deixar de vê-los como pessoas pecadoras que pela graça do
SENHOR foram escolhidos para a liderança da igreja. Tendo essa perspectiva equilibrada
a sua vida espiritual não será abalada quando houver algum escândalo por parte
de algum líder. E também não correrá o risco de vivenciar algum tipo de idolatria da
liderança.
3. Orar por seus
pastores e outros líderes da Igreja.
Orar
pelos líderes tanto beneficiará espiritualmente a eles quanto a quem está
intercedendo, pois além de o SENHOR responder às orações da igreja em favor de
seus lideres, quem ora está vivenciando um ato de amor para com os líderes.
4. Valorizar seu líder.
Deus
coloca os pastores na igreja. Talvez a igreja não tenha um pastor como os
famosos da TV e da internet, talvez não seja o mais erudito, o mais
carismático, mas é o pastor que Deus deu a igreja, conquanto não seja pecado
perceber suas limitações, é recomendável haver compreensão, aceitação e
valorização – tudo isso são expressões de amor.
5. Cuidar financeiramente (1 Tm 5.17-18).
Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino,
pois a Escritura diz: "Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal", e "o trabalhador merece o seu salário" (1 Tm 5.17-18).
A
ideia central dos versículos 17 é de respeito. A tradução de time (time)
na NVI é ‘honra’, e na ARA é honorários. Trata-se do respeito dado a quem se
dedica no ensino da Palavra. Respeito não é apenas o uso do título antes do
nome do líder, no caso o texto enfatiza o cuidado financeiro também por parte
da igreja para com esse líder como uma expressão de honra. E no v. 18 ele enfatiza
mais claramente a questão do sustento financeiro propriamente para que possa
haver essa dedicação. Isso é o ideal, porém por escolha pessoal de alguns pastores, tanto trabalham na obra do SENHOR quanto secularmente, a desvantagem é terem
menos tempo para o estudo do preparo dos sermões e para visitação.
CONCLUSÃO
O
Senhor Jesus estabeleceu liderança para sua igreja para contribuir para sua
edificação (Ef 4.11-13), por isso um relacionamento saudável conforme o
que a Palavra de Deus nos recomenda é fundamental para que isso possa está
ocorrendo.
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