Como os irmãos disciplinados devem ser tratados na igreja (a vivência do amor para com os que caíram em pecado)

 


Introdução

A disciplina eclesiástica é algo sério que não pode ser desconsiderado pela liderança da igreja para que haja saúde espiritual no meio do Corpo de Cristo. É uma das três marcas que identificam se uma igreja é verdadeiramente uma igreja cristã; as outras duas são a pregação fiel da Palavra e a ministração dos sacramentos ou ordenanças (Santa Ceia e Batismo).

Que a Disciplina é bíblica isso é fora de questão aqui, pois há abundantes  provas bíblicas disso (Mt. 18.15-20; 1Co 5.1-13; 1Tm 1.12; 2 Tm 2.17-18; 2 Jo 9-11; Rm 16.17 e 2Ts 3.6-10). O que queremos refletir nesse momento é como toda a igreja local deve proceder para com aquele que foi disciplinado.

 

 

I – Como a pessoa disciplinada deve ser tratada pela liderança da igreja.


Deve continuar orando pelo disciplinado. O dever do líder para com quem foi disciplinado não diminui, pelo contrário, se intensifica. A maioria das pessoas disciplinadas acaba esfriando espiritualmente por várias razões: podem ser pessoas que não são convertidas, por conta do procedimento incorreto da igreja, por conta de falta de atenção da liderança, por conta de o ato disciplinar não ter sido aplicada corretamente, etc. Considerando que a disciplina tenha sido aplicada de forma bíblica, cabe ao líder continuar intercedendo pela pessoa disciplinada, afinal, orar é parte fundamental do ministério pastoral.

Deve acompanhar espiritualmente quem está disciplinado. Isso porque ao disciplinar não estamos dizendo a quem caiu no pecado que não queremos esta pessoa mais conosco, mas que ela precisa mostrar frutos de arrependimento, e para que não haja revolta na pessoa a liderança responsável pela disciplina não pode se mostrar distante, mas por meio do aconselhamento bíblico demonstrar que se importa com o bem espiritual dela.

Deve observar o comportamento da igreja para com quem foi disciplinado. A intenção da disciplina é de preservar a saúde espiritual da igreja também, sendo assim é preciso ser observado o impacto da disciplina para a comunidade de fé. O líder precisa estar atento a como a igreja está tratando a pessoa disciplinada.

 

 

II – Como a pessoa disciplinada deve ser tratada por todos os irmãos da igreja.

 

Devem agir com misericórdia, Gl 6.1: “Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. (NVI)

Isso implica:

 

a) não difamar o irmão.

A pessoa disciplinada já vivencia a vergonha de seu pecado ser conhecido pela comunidade, se é verdadeiro cristão isso lhe incomoda. A atitude da igreja não pode ser de estar fazendo comentários que denigram a imagem da pessoa, que a deixe mais constrangida por conta de seu pecado. Muitas pessoas inclusive sentem medo de retornar à comunhão da igreja após uma disciplina devido ao julgamento que as pessoas fazem de suas ações. 

 

b) Ajudá-lo(a) a se recuperar.

Uma das formas de ajudar é estar orando por quem caiu em pecado. É importante que a igreja esteja orando por quem foi disciplinado e que isso possa ser percebido pela pessoa sob disciplina. A intercessão é um dever mútuo na igreja.

Uma questão delicada é se os irmãos devem manter uma comunhão próxima ou não. Ao mesmo tempo em que a igreja estará demonstrando amor não se afastando de quem está disciplinado, incentivando a pessoa a está presente no culto, também há situações em que literalmente há recomendação bíblica pra que os irmãos se afastem como forma de que a pessoa venha a entender que seu erro foi extremamente grave (1 Co 5.9-11). Cada situação deve ser observada separadamente, mas quanto a quem prega heresias a Bíblia orienta a se afastar dessas pessoas: “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más” (2 Jo 1.10-11).


c) Compreender que também poderia estar na mesma condição.

Na verdade só poderá estar realmente ajudando se a pessoa tiver essa consciência, pois que tem uma altivez de espírito chegando a pensar que é melhor do que outros e que não poderia cometer os mesmos pecados não quererá ajudar quem caiu.

 


Conclusão


Lembremos que todos nós somos pecadores e por isso sujeitos ao mesmos erros, e que a forma como gostaríamos de ser tratados é como devemos tratar os outros.  “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”(1 Co 10:12). “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles [...]” (Mt 7:12).

 

 

 

 


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