Este texto foi escrito pelo Reverendo Jaziel Cunha!
Como
Pregar?
A primeira coisa é a escolha do texto.
Pregue em pericopes, que são textos completos dentro do livro. É como se o
livro tivesse um formato de uma colcha de retalhos. Na colcha você tem vários
pedaços de tecidos costurados que formam a colcha. Esses pedaços acabam
formando um desenho que juntos formam a colcha. Então escolha um desenho da
colcha, ou seja, escolha um texto completo, é isto, que é uma pericope.
1- Delimite a pericope
Como delimita uma pericope? Para que
a perícope seja melhor compreendida, é importante perceber a sua delimitação
interna, isto é, onde a perícope começa e onde termina, bem como sua estrutura
interna, isto é, as sub-unidades da perícope.
Para tanto faz-se necessário estar atento a alguns
detalhes:
-mudança de cenário (através, por exemplo, de conectivos).
-mudança de ação (mudança dos tempos verbais)
-mudança de sujeito
-mudança de personagens
-mudança de destinatário
-mudança de assunto
-mudança de vocabulário
2- Feito isto, você precisa entender que pregação não
é palestra, nem estudo. O sermão precisa ter partes para que se torne
compreensível.
A 1ª parte do sermão é a Introdução
Pense num avião que vai decolar. Todo cuidado se
faz necessário para que a decolagem seja feita de forma correta.
Da mesma forma é o inicio da pregação. Na
introdução você precisa introduzir o leitor ao assunto que você quer abordar,
se faz necessário que você mostre ao ouvinte que seu sermão é relevante para o dia
a dia. A melhor forma de fazer isto é introduzir o sermão com uma estória ou
noticia.
Esta introdução não deve ser muito longa e nem
muita curta.
Obs:
Tanto a Introdução quanto a conclusão são as duas últimas partes que devem ser
elaboradas por você. O motivo é bastante lógico. Você não usa a Bíblia para se
encaixar na idéia da noticia ou história que você vai usar. Você seleciona a
pericope, tendo feito isto, você extrai a teologia do texto com suas devidas
aplicações. E só depois, é que você procura uma história ou noticia que irá se
encaixar com a teologia que você extraiu do texto.
A 2ª parte do sermão é a Elucidação
Terminada a introdução, você precisa dá algumas
informações contextuais ao ouvinte sobre o livro que você irá pregar. Essas
informações são importantes, pois irão situar o ouvinte no contexto do livro.
Questões como: Autoria, data, situação política, social dos leitores originais
do livro são importantes. Essas informações oferecem aos seus ouvintes uma
noção do que estava se passando quando o escritor bíblico escreveu. Deve-se tomar cuidado para que a elucidação
não seja grande demais, lembre-se você não está dando um estudo sobre o livro.
A 3ª parte do sermão é o Tema
O tema do sermão tem que ser extraído da pericope e
deve ser anunciado aos ouvintes. O motivo disto é que os ouvintes precisam
saber o que vai ser exposto. O teu sermão precisa ter pé e cabeça. Precisa ter
um tema. As pessoas precisam saber afinal de contas o que você quer passar pra
elas. O tema tem que ser algo chamativo, que prenda a atenção das pessoas. Não
deve ser nem muito grande nem muito curto. Mais algo, que as pessoas guardem.
A 4ª parte do sermão são as Divisões
O sermão presbiteriano por tradição é composto por
3 partes. Não que isto seja arbitrário. O foco principal é a percepção que você
deve ter de quantas partes tua pericope é constituída.
As divisões precisam ser simétricas[1]
Obs: Escreva seu sermão, pois você verá, se estará
obedecendo à simetria, ou seja, se a 1ª divisão tiver 100 linhas escritas a 2ª
divisão não pode ter 60 linhas e nem a 3ª divisão 50 linhas. Todas precisam ter
um número de páginas equivalentes.
A quantidade de linhas dependerá da quantidade de
explicações que você irá tirar de cada divisão sua.
Feita as divisões, você precisa se concentra em
cada divisão sua. Dessa forma, você extrai a teologia das divisões que fez.
Exemplificando: Você não pode abordar algo na 1ª divisão se o assunto for da
segunda divisão. Se você tiver pregando sobre a justiça de Deus e um aspecto da
justiça de Deus for mencionado no texto bíblico que na sua divisão estiver na
segunda ou a terceira... Você não pode abordar este aspecto na primeira
divisão. Você só poderá abordar o aspecto quando chegar a hora.
Preste atenção nos verbos, conjunções, preposições
da tua pericope. Procure saber quem é o sujeito. Veja o que se diz a respeito
do sujeito na tua pericope. Se você não tiver acesso ao texto grego e hebraico.
Veja várias traduções da bíblia. Tenha um comentário bíblico perto de você.
A 5ª divisão do sermão são as Aplicações
A aplicação é a parte do sermão onde você irá
mostrar aos ouvintes que tua exposição traz lições para o dia a dia deles.
Lembre-se que o texto bíblico é a resposta de Deus para o homem. Deus se
revelou e sua revelação se deu no tempo e no espaço, ou seja, foi dentro de um
contexto definido: tempo de guerra, opressão, desespero, fome, medo, tristeza,
ansiedade, de paz, de alegria, de expectativa. Por isso, a elucidação é
importante. Nas aplicações o ouvinte percebe que a Palavra de Deus tem sentido
pra ele e para seu dia a dia. Os preceitos da Palavra de Deus servem de ética quando ele vai à padaria
e recebe o troco a mais, quando ele está dentro do ônibus, etc.
Selecione suas aplicações, seja objetivo na sua
aplicação. Enumere-as. Os puritanos faziam muitas aplicações em seus sermões.
Faça o que você achar necessário para seus ouvintes.
A 6ª divisão do sermão é a Conclusão
Da mesma forma que o piloto precisa saber decolar o
avião, precisa também saber colocá-lo no chão.
Nesta parte do sermão muitos pregadores se perdem,
ficam dando voltas e mais voltas anunciando o fim e nunca terminam. É como se
fossem pilotos com dificuldades para descer com o avião. Pregadores que agem
assim causam inquietação nos ouvintes. As pessoas ficam com a sensação que o
pregador está perdido. E de fato, está!
Como já fora dito, tanto a introdução quanto a
conclusão são as partes últimas que o expositor deve elaborar quando tiver
fazendo seu sermão. A Conclusão necessariamente precisa fazer menção à
introdução. Pois dá a idéia de amarração ao sermão. O pregador começa com uma
história ou noticia, expôs a Palavra de Deus, faz as aplicações e conclui
mostrando o quando as instruções e aplicações são úteis ao cotidiano do ouvinte
e a melhor maneira de imprimir esta idéia na cabeça do ouvinte é lembrando-o do
fato inicial do sermão.
Segue anexadas
algumas consideraçãos do livro Pregação Cristocêntrica
Nos
tempos atuais dois poderes antagônicos desafiam a exposição eficaz da Palavra
de Deus. O primeiro inimigo comprovado do Evangelho é a erosão da autoridade. A
pregação expositiva, que interpreta de modo preciso o que a Palavra de Deus
afirma acerca dos acontecimentos do nosso tempo, os interesses da nossa vida e
o destino de nossa alma, fornece uma alternativa. Nestas duas últimas gerações,
o sermão expositivo tem sido estigmatizado (nem sempre injustamente) como
representante de um estilo que se degenera em recitações estéreis de
trivialidades bíblicas ou que indevidamente faz defesas dogmáticas de
características doutrinárias distantes da vida comum. O segundo inimigo é o
fato de pregadores reagirem à secularização da igreja, bem como da cultura,
podem fazer da instrução moral ou da reforma da sociedade o foco primário de
suas mensagens.
Pregação
que é fiel à totalidade da Escritura não apenas estabelece as reivindicações de
Deus, mas também ilumina as verdades redentoras que tornam possível santidade.
A Nobreza da Pregação: O pregador
inglês Ian Tait zomba de quem estuda a Bíblia somente para adquirir mais
informações, crendo que sua mente esteja se desenvolvendo quando, de fato,
apenas seus ouvidos estão inchando. Cristo é o Único rei dos seus estudos,
mas a rainha é a Homilética . Sabemos serem insuficientes nossas
habilidades para uma tarefa de tão amplas conseqüências. Reconhecemos que nosso
coração não é puro o bastante para guiar outros à santidade. No final das
contas, a pregação cumpre seus objetivos espirituais não por causa das
habilidades do pregador mas por causa do poder da Escritura proclamada. Deus
não está confiando em nossa destreza para realização dos seus propósitos. Por
certo Deus pode usar a eloqüência e
deseja esforços adequados à importância do assunto em questão, porém sua
própria Palavra cumpre o programa de salvação e santificação.
O
Poder de Deus inerente à palavra: Cria, Controla, Persuade, Cumpre seus
propósitos, Anula os motivos humanos. Pregação que é fiel à Escritura converte,
convence e amolda o espírito de homens e mulheres, pois ela apresenta o
instrumento da compulsão divina, e não que pregadores tenham em si mesmos
qualquer poder transformador.
O
Poder da palavra manifestado em Cristo: Deus manifesta plenamente o poder
dinâmico da palavra do novo testamento ao identificar seu Filho como o Divino
Logos, ou palavra João 1.1 por meio da identificação do seu Filho como Sua
palavra, Deus revela que a mensagem do Filho e a pessoa do Filho são
inseparáveis. A palavra o incorpora. Isso não quer dizer que as letras e o
papel da bíblia são divinos, mas que as verdades que a Escritura sustenta são
veículos de Deus, de sua própria atividade espiritual. Assim, não é algo
meramente prosaico insistir que o pregador deve servir ao texto. Pois se a palavra
é a presença mediadora de Cristo, o serviço é devido. Quando os pregadores
percebem o poder que a Palavra possui, a confiança em seu chamado cresce da
mesma forma como o orgulho em seu desempenho murcha. O mensageiro tem uma nobre
tarefa a realizar, mas porá em risco sua missão e depreciará o verdadeiro
vitorioso se atribuir a si façanhas pessoais. Mérito, honra e glória com
relação aos efeitos da pregação pertencem apenas a Cristo, pois somente a
palavra produz renovação espiritual.
O poder da palavra aplicado à Pregação:
O fato de que o poder para a transformação espiritual baseia-se na Palavra de
Deus, argumenta em defesa da pregação expositiva. O Interesse do pregador
expositivo deve ser a verdade de Deus proclamada de tal maneira que as pessoas
possam ver que os conceitos emanam da Escritura e aplicam-se à vida pessoal de
cada um. Tal pregação põe as pessoas em contato imediato com o poder da
Palavra. A resposta ao relativismo radical de nossa cultura com as
incertezas que o acompanham é a reivindicação bíblica de autoridade. A
afirmação da Escritura é a premissa da pregação expositiva é que Deus falou. Nossa
tarefa é transmitir o que Ele já confiou à Escritura.
A
obra do Espírito está inseparavelmente unida à pregação, como o calor está para
a luz que a lâmpada emite. A glória da pregação é que Deus realiza sua vontade
por intermédio dela, somos sempre humilhados e ocasionalmente confortados com o
conhecimento de que Ele age além das nossas limitações humanas. Boa pregação,
num sentido, significa sair do caminho para que a palavra possa fazer seu
trabalho.
Ame
a graça: Não importando quão extraordinária seja sua habilidade, é impossível
levar pessoas a se aproximarem de Deus, se o seu coração não refletir o
trabalho constante do salvador em sua vida. Confiança nesta graça resulta em
sermões autorizados por Deus, pois somente ele é responsável pela santidade e
verdade que suprem a força espiritual da pregação. Deus promete cumprir seus
propósitos por meio de todos quantos fielmente proclamam sua verdade, uma vida
de piedade associada a uma clara explanação da graça salvadora e santificadora
da Escritura para a glória de Deus.
Unidade:
Com quantas coisas o sermão se preocupa? Uma
Construir
uma mensagem de tal sorte que todas as suas características essenciais
sustentam a idéia principal, requer disciplina. Pregações sem disciplina da
unidade tipicamente leva o pregador a apenas andar a esmo, perdido em seus
pensamentos.
Os
ouvintes precisam de focos: Sermões são para ouvintes, não para leitores: Se as
partes do sermão não se relacionarem de modo óbvio a um tema claro que dê as
partes da mensagem forma e objetivo, então se torna improvável que os ouvintes
concentrem sua atenção sobre o assunto por muito tempo. Toda boa comunicação
reclama um tema. O fato de que as palavras do pregador são pesadas não
significa que os ouvintes responderão a elas, quando o próprio orador não
conseguiu transmitir uma idéia coerente.
A
Natureza da Unidade: O conceito unificador do sermão deve proceder do próprio
texto. Na pregação expositiva, a unidade ocorre quando os elementos da passagem
são demonstrados a fim de apoiar uma única idéia principal que serve de tema ao
sermão. Você saberá que está de posse da unidade quando puder demonstrar que os
elementos da passagem sustentar a idéia que você quer transformar no tema de
sua mensagem e você puder exprimir essa idéia numa forma bem simples.
O Objetivo da Unidade: A unidade organiza a
mensagem num único impulso em vez de uma torrente de pensamentos desconexos. A
principal coisa é manter a coisa principal.
Propósito: A consideração do tema de
uma mensagem, enfim, nos obriga a perguntar: Por que esses assuntos tão
importantes chamam a atenção? Temos que determinar o propósito da passagem
antes de conhecer realmente o assunto do nosso sermão
Considerando
o FCD ( Foco da Condição Decaída ) O FCD é a condição humana recíproca
que os crentes contemporâneos compartilham com aqueles ou aquele a quem o texto
foi escrito que requer à graça da passagem. Esse modo de proceder faz
sentido quando lembramos que o conteúdo do texto é a resposta de Deus para um
aspecto de nossa condição decaída
Determinando
o FCD: Sem determina o FCD não podemos saber, de fato, com que a Escritura se
preocupa, mesmo se já conhecemos muitos fatos verdadeiros acerca da passagem.
Precisamos perguntar: Qual foi o FCD que requereu o registro desse texto? Antes
de expor corretamente o seu significado. O seu FCD permanecerá fiel ao texto e
identificará propósitos poderosos para seus sermões se você fizer três
perguntas:
a) O que o texto quer dizer?
b) De que interesse(s) o texto tratou
(no seu contexto)
c) O que os ouvintes têm em comum com
aqueles a quem (ou acerca de) o texto foi escrito, ou a pessoa por quem foi
escrito?
Aplicação: O pregador que
identifica o FCD de uma passagem para sua congregação automaticamente a equipa
para considerar as soluções da Bíblia para a vida contemporânea. A pregação
bíblica se move da exposição doutrinária para a instrução de vida. Pregação
expositiva não é simplesmente um comentário continuo. Por melhor selecionado
que seja o alimento sólido do sermão, a mensagem permanece incompleta, sem uma
aplicação séria e verdadeira em relação ao texto. Uma mensagem que demonstre
meramente que Deus é bom não é um sermão. Entretanto, quando o mesmo discurso
lida com a dúvida que possamos ter sobre Deus é bom quando enfrentamos
sofrimento, e demonstra, a partir do texto, como devemos lidar com nossa dúvida
a respeito da bondade de Deus então o pregador tem um sermão. Não somos
simplesmente ministros de informação somos ministros da transformação de Cristo
A Prioridade do Texto: A pregação expositiva sinaliza aos pregadores do texto
bíblico com a instrução comece por aqui. Muitas vezes almejamos começar a
preparação do sermão pela procura da afirmação bíblica acerca de um interesse
particular ou tópico. Além disso, o próprio texto é a fonte das verdades que,
por fim, apresentamos. O sermão elucida o que a Bíblia afirma. Isso significa
que a primeira tarefa expositiva do pregador é considerar a porção bíblica
sobre a qual vai pregar
Extensão da Passagem: De
uma perspectiva positiva, o conceito de unidade estimula os pregadores a verem
as passagens bíblicas como coleções empacotadas de pensamento unificado antes
que ordenação de versículos desconexos. O conceito de uma unidade expositiva
tem ainda vantagens sobre o plano de pregar parágrafos da Escritura, pois algumas
vezes um sermão expositivo cobrirá passagens mais extensas ou mais curtas do
que um parágrafo. Uma unidade expositiva é uma maior ou menor porção da Escritura,
da qual o pregador pode demonstrar uma única verdade espiritual com o apoio de
fatos ou conceitos que se encontram dentro desse texto. Os pregadores
dificilmente podem transmitir algumas verdades importantes em narrativas como a
do dilúvio a do filho pródigo, se não cobrirem o relato integral. Talvez a
extensão da passagem e a extensão correspondente da mensagem sejam determinados
com maior precisão quando os pregadores se lembrarem do propósito dos seus
sermões: Habilitar as pessoas a honrar a Cristo
Interesses: Pregar sobre
passagens que tenham significado pessoal ou que sejam de seu interesse é um
grande meio de aprender a expor textos. Mensagens incendiadas pela zelosa
convicção do pastor tendem a acender o interesse da congregação bem como o
entusiasmo pastoral. Os interesses da congregação devem ainda, influenciar o
que o pregador decide pregar. Um pastor será considerado como distante ou
insensível caso imponha um programa de sermões que ignore o dilema de empregos
da comunidade, o falecimento de um líder na igreja, um acidente local, um plano
de construção, a decisão de um jovem que aspira ingressar no campo missionário,
problema morais com que o jovem se defronta, interesses de saúde que a idade
avançada enfrenta, ou uma multidão de assuntos similares relevantes à vida da
igreja. O mundo não deve estabelecer a agenda para nossa pregação, mas o
ministro que ignora o mundo que a congregação confronta não passa de um impostor
santarrão
Contextos: Um pastor que
vive no meio das pessoas conhecerá suas lutas com o patrão severo, um filho
pródigo, a culpa, a depressão, um parente não-salvo, parentes intolerantes,
esposos que não se toleram, ambições irresponsáveis, paixões incontroláveis e
muitos outros semelhantes. Questões como essas deveriam ser FCDs em muitos
sermões e servirão como roteiro a muitos textos apropriados. Esses tremas e
textos devem ter precedência na pregação, pois somente quando as pessoas sabem
como viver fielmente em circunstâncias normais é que estarão bem preparadas
para agir em situações extraordinárias.
Recursos para interpretar uma mensagem: Bíblias de estudo; Dicionários,
gramáticas e auxílios analíticos; Concordâncias; Bíblias Temáticas; Traduções
da Bíblia; Dicionários da Bíblia, enciclopédias e manuais; Comentários.
Princípios para
Interpretar uma passagem: A pregação expositiva solenemente obriga o pregador a
representar o significado preciso do texto tal como foi pretendido pelo autor
original, ou igualmente iluminado por outra fonte inspirada. Os pregadores
devem considerar o contexto como parte de qualquer texto. O contexto limita e
revela a pretensão do autor. Não podemos manter a integridade de qualquer
afirmação bíblica sem considerar as realidades adjacentes. Interpretações corretas requerem de nós não
apenas que determinemos o que os termos específicos estão dizendo, mas também
que observamos como eles funcionam no seu contexto mais amplo. O estudo dos
contextos das passagens exigem também que os pregadores identifiquem o gênero,
ou tipo de literatura em que a declaração bíblica ocorre. Mais de um erro é
cometido ao interpretarem-se provérbios como promessas, profecias como
História, parábolas como fatos e poesia como ciência
Objetivo: Nosso objetivo
como pregadores expositivos é manter viva esta fé, demonstrando semana após
semana o que a Palavra de Deus afirma com respeito às preocupações que nós e
nossos ouvintes enfrentamos. A aplicação é tão necessária para testar a
exposição como é a explicação. De fato, o real sentido de um texto permanece
oculto até que compreendamos como suas verdades podem governar nossas vidas.
Isso significa que exposição completa não pode ser limitada a uma apresentação
de informação bíblica. O pregador deve ajustar cada detalhe explicativo do
sermão a fim de que seu impacto sobre a vida do ouvinte seja evidente.
Padrão: Desvendar e abrir o sentido da
Palavra de Deus caracteriza a tarefa do expositor, não apenas sobre a base do
exemplo de Cristo, mas igualmente sobre a base do antigo precedente bíblico,
que define também as qualidades essenciais de exposição. Embora uma ordem
normativa não apareça na Escritura, os aspectos da exposição ocorrem juntos com
bastante freqüência para sugerir uma abordagem comum a fim de expor a verdade
de Deus: apresentar a Palavra, explicar o que ela diz; e
exortar fundamentando no que ela significa. Isso é pregação expositiva.
Componentes: A exposição não
envolve apenas a transmissão de informação bíblica, pois, além disso, exige
estabelecimento da base para uma ação ou convicção que Deus requer do seu povo.
Expor plenamente a Escritura significa o sentido de um texto de maneira tal que
os ouvintes possam confrontar entender e agir de acordo com suas verdades.
Equilíbrio: Os mais excelentes pregadores expositivos preparam cada
mensagem fazendo a si mesmos esta pergunta, enquanto imaginam a presença real
dos seus ouvintes: O que devo, mediante a autoridade da Palavra de Deus, exigir
de vocês como resultado da compreensão do que este texto significa?
Atitudes: Quando
afirmamos o que Deus afirma, temos, então, sua autoridade. Essa compreensão
deve nos precaver do perigo de impregnar nossos sermões com expressões como: Eu
creio que isto significa... Acho que devíamos entender... ou mesmo Eu
imagino... As pessoas assentam-se nos bancos para ouvir o que Deus confirma na
sua Palavra. Se você não consegue dizer: A Bíblia afirma... acerca das verdades
fundamentais da mensagem, então a congregação não tem a obrigação de respeitar
suas conclusões mais do que tem com relação às especulações de qualquer
filósofo
O processo de explicação: Não existem
corredores sombrios através das perplexidades emaranhadas da lógica para a
verdade bíblica, que exijam a perícia de uma elite espiritual. Há somente uma
trilha batida que qualquer pessoa pode percorrer, se o pregador lançar alguma
luz normal ao longo do caminho. Esta é a melhor definição de exposição que eu
pude encontrar.
Seis
perguntas cruciais: O que o texto diz? Como saber o que o texto diz? Que
interesse motivaram o registro escrito do texto? O que partilhamos em comum?
Como devem agora as pessoas responder às verdades do texto? Qual a maneira mais
eficiente pela qual posso comunicar o significado do texto?
Relação
de tamanho ou de disposição que entre si devem ter as coisas ou as partes de um
todo em relação a um ponto, eixo ou plano.
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