Isaías 43.1-7 e 13 - O soberano poder de Deus em ação

Introdução

           Sempre diante de novas oportunidades ou de novos tempos é necessário que estejamos em reflexão sobre a realidade presente e as perspectivas futuras. É muito comum as pessoas pararem para fazer este tipo de reflexão quando se aproxima o final de mais um ano e o início de um próximo. Há um incentivo para retrospectiva e para planos acerca do futuro. Diria que como povo de Deus podemos fazer o mesmo desde que sejamos realistas e ao mesmo tempo estejamos vivendo a fé no Deus todo-poderoso que transpõe as barreiras das possibilidades do real. Ele pode muito além de nossas expectativas.
Elucidação
           Esse texto é dirigido profeticamente aos judeus cativos da Babilônia. Estariam em uma situação na qual a fé deles poderia vir a estar fragilizada. Diante disso o profeta Isaías profetiza acerca do livramento do Senhor contrapondo a justiça divina mencionada por ele em Is 43.18-25 sobre a deportação deles. É portanto, uma palavra de esperança que visa fortalecer a fé do povo de Deus diante daquilo que eles viriam a enfrentar na Babilônia.
           Eles poderiam confiar que voltariam à sua terra, pois o Senhor lhes fala como sendo aquele que os criou e que chamou-os pelo nome (v.1). Como pano de fundo da expressão "chamei-te pelo teu nome" está, provavelmente, um costume jurídico no qual aquele que dá o nome assume a obrigação pela subsistência e a proteção jurídica. O caráter peculiar de Israel é que apenas a esse povo Javé chama pelo seu nome.
           Sabemos também, através do NT, que o conceito de povo de Deus foi estendido a todos os que creem em Jesus Cristo. l Pe 2.7-10 fala da rejeição de Israel a Jesus Cristo e consequente vocação dos gentios como povo de Deus. "Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos.Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia".   Sendo assim, como somos povo do Senhor podemos tirar preciosas lições para nossas vidas desse texto, ainda que inicialmente tenha sido escrito para os judeus.
           Isaías 43.1-7 mostra o Senhor relebrando o Seu compromisso para com eles e que eles lhes pertence e por isso jamais os abandonará, jamais o desamparará. A situação pode parecer a mais terrível, como de fato venho a ocorrer, mas o Senhor agiria com poder para livrá-los (v.13).




I - Deus age soberanamente livrando-nos de nossos temores, v. 2-3.

           V. 2 - Absolutamente nada impedirá Israel de percorrer o caminho do exílio à terra pátria. Javé é o criador e senhor da natureza. A designação de dois elementos naturais contrários, no idioma hebraico, pode ser indicação para a totalidade. O perigo através de água e fogo abrange toda a gama de ameaças as quais o povo estará exposto quando do regresso à Palestina. Seria um povo retornando à sua terra exposto à ameaças inimigas, às intrigas de seus adversários, como podemos perceber que ocorreu nos livros de Esdras e Neemias, que mesmo com o aval do rei persa Artaxerxes, tentaram atemorizar os israelitas. Eles teriam que lidar com seus temores confiantes no poder de Deus.
           O mesmo é válido para nós diante de tudo o que pode atemorizar o nosso coração; pode ser angústias, problemas familiares, desemprego, solidão, traição de pessoas em quem confiamos. Ou ainda o ataque por parte do inimigo de nossas almas. Sejam quais forem os rios que tivermos que entrar a promessa divina é que eles não nos subergirão; sejam quais forem as chamas elas não nos queimarão. Isso evidentemente estando nós em fidelidade ao Senhor e assim será devido à Sua graça. Jesus nos promete que como seu povo usufruiremos dos livramentos divinos em nossas vidas, à medida que vivemos seu evagelho e o anunciamos: "Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente vos causará dano" (Lc10.19), esta promessa está nos contexto do retorno dos setenta discípulos enviados por Jesus para anunciar o reino, é para quem está vivendo o anúncio do evangelho do reino de Deus.
           No v. 3 Ele ratifica a sua promessa declarando que a garantia quem dá é Javé, aquele que os livrou do Egito, o Salvador deles. Assim sendo, mesmo em ambiente hostil repleto de deuses estranhos eles não teriam motivos de temer. Nós também enquanto povo escolhido de Deus vivemos neste mundo tenebroso, mas nenhuma razão há para temermos, pois Ele é poderoso para fazer cumprir em nós a sua vontade. E agindo Ele em nossas vidas quem impedirá? Como declara o apóstolo Paulo: "Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (...) Quem nos separarará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? (...) Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra ciratura poderá separ-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8.31, 35, 37-39).
           Desse modo meus meus irmãos, lembremos também que seja qual for a situação:


II - Deus age soberanamente consolando-nos, v. 3b, 4.

           O consolo para aquela nação era certeza que poderiam ter consolo mesmo diante do sofrimento oriundo da justiça divina, pois o Senhor usaria de Sua misericórdia e os traria de volta. Ele diz inclusive que dará nações por resgate a eles, Egito, Etiópia, Sebá; dará povos à Ciro (rei persa que reinou após a Pérsia vencer a Babilônia), em resgate por Israel. O Senhor instrumentalizaria Ciro para libertar Israel como é visto no cap. 45. E como é relatado em Esdras que Ciro, no primeior ano de seu reiando, mandou publicar um decreto cncedendo aos judeus a sua volta a Jeruesalém, a reconstrução do templo e restituindo-llhes os vasos sagrados que Nabucodonosor havia tomado (Ed 1.1-11; 5.13 e 6.3).
           E porque porque o Senhor resolveu isso? Ele declara: "visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, eu te amei". Ele não eram preciosos em si mesmos, não eram dignos em si mesmos, mas podiam ser consolados no fato que mesmo sendo indignos o Senhor os amou. Aqui se vê claramente o significado de eleição: um grupo pequeno e insignificante recebe a declaração de amor de Deus: é a vocês, justamente a vocês que eu amo. O Senhor é soberano no seu amor.
           Assim como a nação de Israel era preciosa aos olhos do Senhor nós também o somos. Também o somos igualmente indignos, pois somos pecadores, no entanto, também sabemos que Ele é por nós.
           O Senhor pode nos livrar de nossas dores, pode mudar o quadro dos problemas existenciais de nossas vidas, pode nos conceder novas perspectivas na vida. Tudo isso é consolo para nós. Sabemos que servimos a um Deus soberano. No entanto, devemos lembrar de um consolo mais excelente: "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Rm 8.18).
           Assim sendo, Deus é poderoso para muidar o coração do teu marido, para renovar o amor no seu lar, para livrar os seus filhos da hostilidade desse mundo. Deus é poderoso jovem, para te dar novas perspectivas no teu caminhar diante das decepções sofridas. E enquanto tudo isso não acontece o Espírito Santo tem te confortado, pois como é dito em Jo 14:6 ele foi enviado para está sempre conosco. E quando tudo isso passar, quando finalmente estivermos na eternidade com Ele, receberemos o consolo por excelência, que é usufrurir de sua presença eterna, então como diz em Sua palavra, Ele: "...lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram" (Ap 21.4).
           Mas enquanto estamos aqui meus irmãos:


III - Deus age soberanamente concedendo-nos esperança, v. 5-6.

           Vv. 5, 6 - O dito de salvação em 5a: "Não temas, pois, porque sou contigo",  é seguido pelo anúncio que promete o retorno dos exilados dispersos pelos quatro pontos cardeais. E para isso não importava as dificuldades implicadas, pois para o Senhor elas nada são. Eles podiam certamente manter essa esperança viva, pois poderiam confiar na fidelidade divina em Sua promessas.
           Também nós meus irmãos, contra todas as circunstâncias, contra toda lógica humana, contra a mediocridade das possibilidades humanas podemos manter nossa fé viva no Senhor, confiar plenamente em Sua bondade para conosco, continuarmos em esperança de que Ele agirá por fim em nossas causas no momento que em Sua sabedoria considerá como propício.  Então, não olhe apenas para os problemas, recorde-se daquilo que pode lhe trazer esperança, considere Lm 3.21-24: "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele". Nossa esperança tem de ser mantida não por sermos utópicos ou ingênuos, mas por aquilo que Deus é em si: ele é misericordioso, e por isso não pesará sempre sua mão em nossas vidas; ele é fiel, aquilo que prometeu, por amor a si e Sua Palavra ele certamente cumprirá; Ele é soberano, nada poderá impedir o agir de Sua vontade.
           Nossa esperança não deve estar em nossa capacidade, em nossa inteligência, e é por isso que devemos dizer juntamente com o salmista: "Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança" (Salmo 62:5).
           Desse modo que nuca você possa esquecer:


Conclusão

           V. 7 Javé quer um povo no qual ele possa revelar ao mundo a sua magnificência. Tudo é realizado para que Deus seja honrado. Javé criou o seu povo (v. 1) e, como ele ama a sua criação (v. 4), conduzirá tudo para a sua honra (v.7). Então, tudo o que ele fizer soberanamente em sua vida é para a glória do Seu nome. Tudo o que ele fizer na vida de Sua igreja é para glória do Seu nome. O Senhor tenciona glorificar o Seu nome, e agindo Ele em sua vida quem impedirá?
           Que você queira então glorificar ao Senhor em todos os momentos: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus." (1 Coríntios 10.31).

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