Apocalipse 2.12-17
Introdução: O texto que examinaremos é uma das sete cartas que João
escreveu sob inspiração divina destinada à igreja que se encontrava na cidade
de Pérgamo. Aquela cidade era bastante rica e também forte centro religioso.
Havia nela a adoração a Zeus, Esculápio e Atenas. Também lá era o início do
recente culto ao imperador. É bom lembrar que a recusa de quem quer que fosse
de adorar ao imperador romano como deus tornava a pessoa forte candidato à
desconfiança de infidelidade ao Estado. A igreja de Pérgamo, portanto, convive
com esse contexto.
Tema: UMA IGREJA SOB PROVAÇÕES
I – UMA IGREJA SOB CONDIÇÕES ADVERSAS, 12-15.
A igreja de Pérgamo vivia em um contexto de uma cidade que era um centro
de idolatria, inclusive a expressão: “onde
está o trono de Satanás”, refere-se justamente à referida adoração ao
imperador romano. Havia então uma pressão cultural para que a igreja pudesse se
conformar a esta condição idólatra, o que certamente fornecia momentos de
provação para muitos cristãos. Havia no contexto daquela igreja dois grupos específicos,
que tinham por sua vez atitudes semelhantes: coadunavam com a cultura corrompida
e idólatra de Pérgamo, eram os baalamitas e os nicolaítas.
Para entender o balaamismo, temos
que voltar ao Antigo Testamento (Números 22 a 31).
Balaão foi alguém que alugou os seus serviços proféticos ao rei Balaque, inimigo de Israel. Num primeiro momento, Balaão, repreendido por uma jumenta, foi fiel a Deus e abençoou o seu povo. Mais tarde, no entanto, ele instruiu Balaque a como levar o povo de Israel à prostituição e à idolatria (Números 31.16). E o povo o seguiu.
Quanto ao nicolaitismo, ele aparece aqui como um termo genérico para o libertinismo, que propõe que o corpo e a alma não se comunicam; logo, segundo esta equivocada visão, o cristão está livre para fazer o que quiser com o seu corpo, sem que isto interfira em seu relacionamento com Deus.
Eles aderiam a esta equivocada ideia, pois tornava fácil o relacionamento deles para com aqueles que sacrificavam aos ídolos; eles podiam recordar que o apóstolo Paulo em seus escritos permitia que comprassem no mercado carne sacrificada aos ídolos, contato que suas consciências não os acusassem e isso não fosse escândalo para a igreja (os mais fracos na fé). O problema aqui é que eles queriam participar das festas pagãs entendendo que aquilo que pudessem praticar com o corpo não interferia em seu relacionamento com Deus.
Balaão foi alguém que alugou os seus serviços proféticos ao rei Balaque, inimigo de Israel. Num primeiro momento, Balaão, repreendido por uma jumenta, foi fiel a Deus e abençoou o seu povo. Mais tarde, no entanto, ele instruiu Balaque a como levar o povo de Israel à prostituição e à idolatria (Números 31.16). E o povo o seguiu.
Quanto ao nicolaitismo, ele aparece aqui como um termo genérico para o libertinismo, que propõe que o corpo e a alma não se comunicam; logo, segundo esta equivocada visão, o cristão está livre para fazer o que quiser com o seu corpo, sem que isto interfira em seu relacionamento com Deus.
Eles aderiam a esta equivocada ideia, pois tornava fácil o relacionamento deles para com aqueles que sacrificavam aos ídolos; eles podiam recordar que o apóstolo Paulo em seus escritos permitia que comprassem no mercado carne sacrificada aos ídolos, contato que suas consciências não os acusassem e isso não fosse escândalo para a igreja (os mais fracos na fé). O problema aqui é que eles queriam participar das festas pagãs entendendo que aquilo que pudessem praticar com o corpo não interferia em seu relacionamento com Deus.
Nesta carta de Apocalipse, os
pergameses cristãos são advertidos a triunfarem sobre estes dois perigos. Em
meio a tudo isto se destacou um mártir, Antipas. Um apologeta, um defensor da
verdade, que como é de costume termina sofrendo por defendê-la. Ma como é
glorioso para um cristão sofrer pela verdade de cristo e partir deste mundo
como um mártir do Senhor.
A igreja, portanto, encontrava-se
dividida, em sua maioria não negava o nome de Cristo, não se apartavam da fé.
Mas a minoria que vacilava diante do baalismo e do nicolaismo era um grande
perigo, como está escrito em Gl 5.9: “um
pouco de fermento leveda toda a massa”, ou seja, um ensinamento errado, se
permitido e não combatido pode trazer danos a toda a igreja.
II – ERA UMA IGREJA CHAMADA AO ARREPENDIMENTO, 16.
Esta igreja é chamada ao arrependimento,
a advertência não é feita apenas para os pregadores baalamitas e nicolaítas.
Certamente caso eles não se arrependessem de desviar o povo da verdade de Deus
sofreriam a o peso da ira divina. Mas é perceptível também no texto que a
igreja de modo geral pecava, pois embora muitos não se dobrassem às práticas
idólatras, ainda assim eram demasiadamente tolerantes, negligenciavam na
aplicação da DISCIPLINA eclesiástica. A igreja torna-se culpada diante do
Senhor, peca por negligência, quando ver as falsas doutrinas surgirem no seu
meio sem tomar uma atitude séria. A igreja deve lutar pela sua pureza
doutrinária, porque a pureza doutrinária influenciará a pureza moral, isto é,
aquilo em que se crê influenciará a prática da vida, as ações. A igreja de
Pérgamo estava permitindo agir de conformidade com as práticas mundanas,
influenciada por uma cultura corrompida, depravada, demoníaca. Sendo
simpatizante com aquilo que era ofensivo ao Senhor.
É interessante no versículo 16 a
forma como o senhor afirma que pelejará contra os idólatras: “contra eles pelejarei com a espada da minha
boca”. Mais uma vez se refere à Sua Palavra, à verdade divina. Não importava o que aquelas pessoas criam, a
verdade deles não subsistiria diante da verdade divina, a verdade deles se
mostraria uma mentira, uma falácia: “... Seja
Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres
justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado” (Rm 3.4).
No v. 16 há a declaração que a mentira deles seria exposta, que eles seriam
envergonhados.
III – UMA IGREJA COM PROMESSAS GLORIOSAS, 17.
Os cristãos não precisavam comer nas
festas pagãs, porque tinham como alimento o maná oferecido por Deus. Como lemos
na Torah (Êxodo 16.33 e outros), durante 40 anos Deus alimentou o seu povo, até
chegarem a Canaã, com este cereal do céu: “Fez
chover maná sobre eles para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu” (Salmo
78.24). Moisés mostrou que, com esta provisão, o Senhor mostrou que não
só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o
homem (Deuteronômio 8.3).
O maná se tornou um memorial da providência divina para o seu povo. Desse modo Deus lhes ordenou que guardassem na arca da aliança juntamente com a vara de Arão que havia milagrosamente criado flores e as tábuas da Lei uma porção do maná, possivelmente cozido ou assado para puder ser conservado. A arca perdeu-se com o tempo e juntamente com ela o maná, por isso a expressão “maná escondido”.
O maná se tornou um memorial da providência divina para o seu povo. Desse modo Deus lhes ordenou que guardassem na arca da aliança juntamente com a vara de Arão que havia milagrosamente criado flores e as tábuas da Lei uma porção do maná, possivelmente cozido ou assado para puder ser conservado. A arca perdeu-se com o tempo e juntamente com ela o maná, por isso a expressão “maná escondido”.
No entanto, o maná aponta para um
alimento mais excelente: Cristo, o pão vivo que desceu do céu. Jesus diz de
modo muito claro: “Eu sou o pão da vida.
Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do
céu, para que todo o dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do
céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida
do mundo é a minha carne”.
E é na Palavra que nós encontramos
Cristo, é nela que nos alimentamos d’Ele.
A outra promessa para os vencedores é que
receberão uma pedra branca, com um novo nome escrito, o qual ninguém conhece
senão aquele que o recebe.
Segundo nos informam os historiadores, a estrutura social do mundo antigo era constituída, simplificando, de duas grandes classes sociais: os cidadãos (ou patrões ou patronos) e os clientes. A cada dia, os pobres recebiam dos seus protetores alimento e dinheiro para as suas necessidades básicas. Eles também podiam receber presentes especiais. Para identificá-los, recebiam uma espécie de barra, feita de madeira, metal ou pedra, chamada tessera. Esta tessera era a senha que lhes dava acesso a muitos benefícios.
Era comum também no mundo antigo o uso de pedras brancas para servirem como bilhetes de entrada aos festivais públicos. Sem estas pedras brancas, não se tinha acesso às grandes festas promovidas pelos governantes das cidades.
Os irmãos de Pérgamo ouviram que tinham ao seu dispor uma pedra branca, uma senha de acesso direto a Deus, por meio de Jesus Cristo, através de Quem podem usufruir todas as bênçãos do depósito inesgotável do Trono do Pai. Essa senha está em nosso poder. Os cristãos não precisamos mendigar diariamente à porta de patrão algum. Nós já participamos da festa do Cordeiro, que não vai terminar jamais.
Esta pedra é, não por acaso, branca, a cor preferida de Deus. Essa cor indica o modo como devemos nos chegar a Ele, em santidade, em pureza.
Esta pedra branca tem uma inscrição, um nome novo, que será conhecido apenas por quem o recebe. A maioria dos comentadores entende que este nome é o nome de Jesus. Na festa do Cordeiro, Sua revelação terminará e nós O conheceremos de modo perfeito, não mais por enigma.
Segundo nos informam os historiadores, a estrutura social do mundo antigo era constituída, simplificando, de duas grandes classes sociais: os cidadãos (ou patrões ou patronos) e os clientes. A cada dia, os pobres recebiam dos seus protetores alimento e dinheiro para as suas necessidades básicas. Eles também podiam receber presentes especiais. Para identificá-los, recebiam uma espécie de barra, feita de madeira, metal ou pedra, chamada tessera. Esta tessera era a senha que lhes dava acesso a muitos benefícios.
Era comum também no mundo antigo o uso de pedras brancas para servirem como bilhetes de entrada aos festivais públicos. Sem estas pedras brancas, não se tinha acesso às grandes festas promovidas pelos governantes das cidades.
Os irmãos de Pérgamo ouviram que tinham ao seu dispor uma pedra branca, uma senha de acesso direto a Deus, por meio de Jesus Cristo, através de Quem podem usufruir todas as bênçãos do depósito inesgotável do Trono do Pai. Essa senha está em nosso poder. Os cristãos não precisamos mendigar diariamente à porta de patrão algum. Nós já participamos da festa do Cordeiro, que não vai terminar jamais.
Esta pedra é, não por acaso, branca, a cor preferida de Deus. Essa cor indica o modo como devemos nos chegar a Ele, em santidade, em pureza.
Esta pedra branca tem uma inscrição, um nome novo, que será conhecido apenas por quem o recebe. A maioria dos comentadores entende que este nome é o nome de Jesus. Na festa do Cordeiro, Sua revelação terminará e nós O conheceremos de modo perfeito, não mais por enigma.
Portanto, a promessa que também é um
incentivo para os vencedores é de estarem diante do senhor para todo o sempre.
Aplicação: 1. Assim como a igreja de Pérgamo, a igreja atual no
contexto brasileiro também passa pela provação de ter a sua pureza doutrinária
testada. Infelizmente a igreja brasileira também se deixa levar por idolatrias.
Penso que se o Senhor se estivesse escrevendo uma carta à igreja atual
provavelmente diria: tenho, porém, contra ti que toleras os que sustentam a
doutrina da teologia da prosperidade, da idolatria a Israel, da salvação pelas
obras, de uma incompreensão da graça divina (como se ela pudesse ser comprada
por algo que fazemos), e tantas outras falsas doutrinas que o Senhor poderia
mencionar.
2. Que você meu irmão possa ter
uma postura de Antipas, defender a verdade divina, mesmo quem venha a sofrer
por isso.
3. A igreja deve ser
misericordiosa, compassiva, mas não tolerante com o pecado, ela não pode
negligenciar da disciplina. Lembremos de como o apóstolo Paulo repreendeu
severamente os coríntios por permitirem o pecado no seu meio sem tomarem uma
atitude de disciplina para com o ofensor – 1 Co 5 – o caso do homem que estava
tendo relações sexuais com a madrasta.
4. Não se deixe levar meu irmão,
minha irmã, pelas influências dos “baalamitas e nicoitas”. Não permita que haja
contaminação de uma influência mundana em sua vida. E caso haja, que você possa
se arrepender e voltar-se para o Senhor.
5. Passamos provações em nossa
caminhada, mas temos promessas maravilhosas: teremos Cristo eternamente,
teremos um relacionamento com ele incomparavelmente mais rico do que o que já
vivenciamos.
6. Meus irmãos, vocês foram
chamados para serem vencedores, que possam prosseguir então como igreja
vitoriosa para a glória de Deus.
Conclusão: Cada igreja tem o contexto histórico e cultural aos
quais se encontra inserida. Que a Igreja Batista dos Guararapes possa olhar
para igreja de Pérgamo, não com um olhar de julgamento, mas com um olhar de
aprendiz, entendendo que também deve dar ouvido á voz daquele que tem a espada
de dois gumes. Que possa então entender suas provações, e delas sair como
vencedora; saber em que tem pecado contra o Senhor e se arrepender; mas sempre
confiante em suas promessas gloriosas.
Ao Senhor toda honra e toda a
glória!
1 Comentários
muito bom.parabéns. valeu.puro ensino da palavra.
ResponderExcluir